sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Choro Constante



“E, caindo em si, desatou a chorar” (Marcos 14:72)
Alguns pensam que, ao longo de sua vida, as lágrimas de Pedro começavam a brotar da fonte todas as vezes em que ele se recordava de ter negado o Senhor.
Não é improvável que assim fosse (pois seu pecado foi muito grande e, posteriormente, a graça teve nele um efeito completo). Esta mesma experiência é comum a toda família redimida, de acordo com a intensidade com que o Espírito Santo remove o coração de pedra não regenerado.
Nós, como Pedro, nos lembramos de nossa promessa presunçosa: "Ainda que todos te abandonem,
jamais o farei." Nós comemos nossas palavras com as ervas amargas do arrependimento. Quando pensamos naquilo que juramos que seríamos, e naquilo que temos sido, podemos chorar um rio inteiro de pesar. Pedro pensava na sua negação do Senhor.
O lugar onde o fez, o motivo tão pequeno que o levou a um pecado tão atroz, os juramentos e as blasfêmias com que procurou confirmar sua mentira, e a terrível dureza de coração que o levou a fazê-lo outra vez, e mais outra. Quando somos relembrados dos nossos pecados e de sua grande iniqüidade, podemos continuar teimosos e impassíveis?
Não faremos de Boquim (Jz. 2:1-5) a nossa casa e choraremos diante do Senhor pela segurança renovada
de amor e perdão?
Que jamais façamos vista grossa para o pecado, para que em breve não tenhamos a língua queimada nas chamas do inferno.
Pedro também pensava no olhar de amor de seu Mestre . A advertência do Senhor sobre o canto do galo foi acompanhada de um olhar triste, piedoso e amoroso de repreensão.
Durante toda a sua vida, esse olhar jamais deixou a mente de Pedro. Foi muito mais eficaz do que dez mil sermões sem o Espírito Santo teriam sido. O apóstolo Arrependido estava certo ao chorar ao ser lembrado do pleno perdão do Salvador, que o restaurou ao seu antigo posto. Pensar que temos ofendido o
bondoso e meigo Senhor é razão mais do que suficiente para chorarmos constantemente. Senhor, fere a rocha do nosso coração e faz as águas fluírem.

Fonte: Morning and Evening (Devocional matutina do dia 30 de Julho)
 
Charles Haddon Spurgeon

Alimentando as Ovelhas ou Divertindo os Bodes?


Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada.

O diabo raramente criou algo mais astuto do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as vaidades que estavam na moda no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.

Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela?

“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) — isso é bastante claro muito simples. Se Ele tivesse acrescentado: “E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho”, assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreu à mente do Senhor Jesus.

E mais: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque se recusavam a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.

Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo (incompatível) ao ensino à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? “Vós sois o sal”, não o “docinho”, algo que o mundo desprezará.

Irônica e curta foi a afirmação de nosso Senhor: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!

Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram “duros e verdadeiros”. Não O vejo dizendo: “Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação.

Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, “temos de ganhar as pessoas de alguma maneira.” Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de entretenimento.

A mensagem das cartas é: “Retirai-vos, separai-vos e purificai-vos!”

Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixada fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança incondicional no evangelho e não utilizavam outros instrumentos. Depois que Pedro e João foram encarcerados por pregarem o evangelho, a igreja se reuniu para orar, mas não suplicaram:

“Senhor, concede aos teus servos que, por meio do prudente e discriminado uso da recreação legítima, mostremos a essas pessoas quão felizes nós somos”. Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição foram a muitos lugares pregando o evangelho.

Eles “modificaram o mundo”. Essa é a única diferença! Senhor limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos.

Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.



Charles H. Spurgeon

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A Igreja Versus o Mundo



Por que os evangélicos tentam cortejar desesperadamente o favor do mundo? As igrejas planejam seus cultos com o objetivo de agradar as pessoas que não freqüentam qualquer igreja. Artistas cristãs imitam todas os estilos efêmeros do mundo tanto na música como no entretenimento. Os pregadores estão horrorizados com o fato de que a ofensa do evangelho pode colocar alguém contra eles, por isso omitem deliberadamente partes da mensagem que o mundo não aprovara.


O evangelicalismo parece ter sido seqüestrado por legiões de porta-vozes carnais que estão fazendo o melhor que podem para convencer o mundo de que a igreja pode ser tão inclusiva, pluralista, mente aberta como as pessoas mais mundanas.

A busca pela aprovação do mundo é o mesmo que prostituição espiritual. De fato, essa foi exatamente a figura que o apóstolo Tiago usou para descrevê-la. Ele escreveu: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4.4).

Sempre existiu e existirá uma incompatibilidade fundamental entre a igreja e o mundo. O pensamento cristão não se harmoniza com todas as filosofias do mundo. A fé genuína em Cristo envolve uma negação de todos os valores mundanos. A verdade bíblica contradiz todas as religiões do mundo. O cristianismo é, por essa razão, oposto a quase tudo que este mundo admira.

Jesus disse aos seus discípulos: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia" (João 15.18-19).

Observe que nosso Senhor considerou uma realidade absoluta o fato de que o mundo desprezaria a igreja. Em vez de ensinar seus discípulos a tentarem conquistar o favor do mundo, por reformularem o evangelho, para que este se adequasse às preferências do mundo, Jesus advertiu expressamente que a busca pelos louvores do mundo é uma característica dos falsos profetas: "Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lucas 6.26).

Depois, ele esclareceu: "O mundo... me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más" (João 7.7). Em outras palavras, o desprezo do mundo para com o cristianismo origina-se de motivos morais, e não intelectuais: "O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras" (João 3.19-20). Essa é a razão por que, não importando quão profundamente diversa seja a opinião do mundo, a verdade cristã nunca será popular no mundo.

No entanto, em quase toda a era da história da igreja, tem havido pessoas na igreja que estão convencidas de que a melhor maneira de ganhar o mundo para Cristo é satisfazer os gostos do mundo. Essa maneira de agir sempre trouxe detrimento à mensagem do evangelho. As únicas épocas em que a igreja causou impacto significante no mundo foram aquelas em que o povo de Deus permaneceu firme, recusou comprometer-se e proclamou com ousadia a verdade, apesar da hostilidade do mundo. Quando os cristãos se esquivaram da tarefa de confrontar as ilusões mundanas populares com as verdades bíblicas impopulares, a igreja perdeu a sua influência e mesclou-se impotentemente com o mundo. Tanto a Escritura como a história atestam esse fato.

E a mensagem cristã não pode simplesmente ser mudada para se conformar com as vicissitudes das opiniões do mundo. A verdade bíblica é fixa e constante, não sujeita a mudança ou adaptação. Por outro lado, a opinião do mundo está em fluxo constante. As tendências e as filosofias que dominam o mundo mudam radicalmente, com regularidade, de geração a geração. A única coisa que permanece constante é o ódio do mundo para com Cristo e o seu evangelho.

Com toda a probabilidade, o mundo não adotará por muito tempo qualquer ideologia em voga neste ano. Se o padrão da história serve como indicador, quando os nossos netos se tornarem adultos, a opinião do mundo será dominada por um sistema completamente novo de crença e todo um novo sistema de valores. A geração de amanhã renunciará todas as modas e filosofias passageiras de hoje. Todavia, uma coisa se manterá inalterada: até que o Senhor volte e estabeleça seu reino na terra, qualquer ideologia que ganha popularidade no mundo será hostil à verdade bíblica, como o foram as suas antecessoras.

John MacArthur

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Evangelho da graça ou desgraça?


"Vocês são todos abençoados", diz o líder (José Luiz de Jesus Miranda – Se diz Jesus Cristo, o Homem), ao abrir a reunião. Em seguida, em meio a aplausos e murmúrios de frases nada convencionais, ordena que as pessoas digam que "esteja ativada a mente de Cristo". Apesar de certas frases e a liturgia serem semelhantes à de algumas igrejas evangélicas, todavia, estamos diante de um dos grupos pseudocrístãos mais perigosos que têm surgido nos últimos tempos: o Ministério Creciendo en Gracias (Crescendo em Graça).

O MCG se mostra um movimento muito fértil em produzir heresias. Tais desvios doutrinários, por vezes, vêm camuflados com nomes atrativos, como, por exemplo, "cápsulas de graça", que segundo eles, nada mais são do que "o resumo de um fundamento da doutrina da graça que contém a posição tradicional e desviada dos religiosos...".

“Nessa Apologia, pretendo expor os ensinos pregados por esse movimento para que o povo de Deus, não seja levado por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente" (Ef 4:14).

ORIGEM DO MOVIMENTO

Seu idealizador foi o porto-riquenho José Luiz de Jesus Miranda, mais conhecido como "o apóstolo" ou “Jesus Cristo (O Homem)”, fundador e líder do MCG. Não nos deteremos em refutar todas as heresias concernentes à sua pessoa, mas somente as heresias que considero de maior importância para a manutenção da doutrina.

A sede mundial do MCG fica em Miami, Flórida, EUA. Fundado por volta de 1986, o movimento chegou ao Brasil dez anos atrás, aproximadamente. Atualmente, a central do movimento por aqui fica em Guadalupe, bairro do Rio de Janeiro, RJ. O MCG alega que está presente em todo o continente americano e na Austrália, perfazendo um total de 24 países. No Brasil, estão fixados em nove Estados, sendo que em São Paulo possui seis igrejas, as quais denominam "centros educativos". Mantêm ainda vários programas de rádio e TV.

Em sua última visita no Brasil, o Líder da seita pediu em sua recepção no aeroporto algumas mulatas da escola de samba e muita festa, pois estava chegando Jesus Cristo (O Homem). Segundo ele, Jesus Cristo veio na terra sim, mas morreu... E ele hoje é a reencarnação de Jesus Cristo. Só no Brasil existe mais de 500.000 adeptos.

Uma entrevista feita pela TV Bandeirantes, um homossexual afirmou que Deus não iria condená-lo pelas suas atitudes sexuais, pois não era o espírito dele que estava pecando, mas sim, a sua carne.

Quase todos os membros possuem uma tatuagem com o número 666, que para eles significa prosperidade e não o número da besta.

Ap 13:18 "Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis."

SEMELHANÇAS COM ALGUMAS SEITAS

De forma idêntica às testemunhas-de-jeová e aos adventistas do sétimo dia, são aniquilacionistas. Não crêem no inferno de fogo e chegam a afirmar: "Com respeito ao evangelho, quer dizer, às quatorze cartas que Paulo escreveu depois da cruz, nunca mencionou a palavra inferno, isto se deve ao fato de que o inferno não existe".

Também acreditam na possibilidade da reencarnação: "Veja bem, a reencarnação é um recurso usado por Deus do jeito que Ele quer. Não é uma forma automática na vida do crente. É totalmente regulada por Deus".

Semelhante à crença mórmon, acreditam na preexistência dos espíritos. Na verdade, acreditam que os anjos são nada mais que espíritos sem corpos e os seres humanos, anjos com corpos. Referindo-se aos adeptos do grupo, dizem: "Os membros desta família sabem que existiam em condição de anjos antes da fundação do mundo".

Para eles, Adão foi Satanás encarnado. Ao morrer na cruz, Jesus aniquilou o pecado de Adão que seria a obra do diabo; ou seja, o diabo e o pecado não existem mais, foram aniquilados. "Deus depositou no primeiro homem o espírito de Satanás; ou seja, Adão era Satanás...".

Assim como os localistas e os novaerenses, também acreditam que são deuses: "Você é um espírito criado por Deus à sua imagem e semelhança, porque Deus teve filhos, e Deus os chamou de deuses. Diga: SOMOS DEUSES...".



ESPECIALIDADES DOUTRINARIAS DO MCG:

Afirmam que existem dois evangelhos: um falso (o da circuncisão), pregado por Pedro e os demais apóstolos, e outro verdadeiro (o da incircuncisão), pregado por Paulo e agora por José Luiz de Jesus;

Fazem diferença entre Jesus de Nazaré e Jesus Cristo. Dizem: "É por isso que Paulo ensinava a servir àquele que ressuscitou e não a Jesus de Nazaré, que foi o corpo de Cristo (Rm 7.4). Em outras palavras, servir a Jesus Cristo ressuscitado é colocar-se depois da cruz e imitar a Jesus de Nazaré é colocar-se antes da cruz". E mais: "O evangelho diz que, para darmos fruto para Deus, devemos ser do ressuscitado. Se você é de Jesus de Nazaré dá fruto, porém, para os homens, porque a doutrina que Jesus de Nazaré produz fé fingida".



• Tentam fazer uma antítese entre o evangelho pregado por Paulo e o evangelho pregado pelos demais apóstolos, principalmente Pedro e João. Referindo-se a Pedro, afirmam: "Paulo profeticamente disse: 'Com a minha partida, entrarão lobos vorazes que não perdoarão o rebanho' (At 20.29). E mais: "Que antes da vinda do Senhor se manifestaria a apostasia, o iníquo (2Ts 2.4). Quem se opôs ao sacrifício de Jesus (Mt 16.21-23), quem se opôs ao evangelho de Paulo (Gl 2.1-14)? Pedro, o mesmo que deu a mão a Paulo em sinal de companheirismo e que, em seguida, Paulo repreendeu por ser hipócrita (Gl 2.9-14). Foi por isso que Paulo disse que o mistério da iniqüidade já estava em ação (Pedro), mas havia quem o deteria (Paulo), até que fosse tirado do meio (2Ts 2.7)".

Referindo-se a João, afirmam, no mesmo fôlego: "Quando um crente é iluminado, ele entende que o diabo já não existe mais, que o pecado foi aniquilado, que está morto à lei, que foi Deus quem o escolheu antes da fundação do mundo, que é santo e está sem mancha diante do Senhor. Do contrário, ele chama esta revelação de blasfêmia, heresia. E mais, porque João não foi iluminado por esta palavra, ele chamou Paulo de anticristo, porque Paulo ensinava a não imitar a Jesus de Nazaré, mas a Jesus Cristo, o ressuscitado (Rm 7.4)". Sustentam, ainda, que somente o apóstolo Paulo recebeu a revelação do evangelho da graça.

Segundo o MCG, as igrejas cristãs foram somente aquelas fundadas a partir do apóstolo Paulo. As demais, ainda na concepção deles, eram todas seitas judaicas, não tendo nada a ver com o evangelho de Cristo.

Não batizam, não tomam a santa ceia e não incentivam os membros ao arrependimento de pecados, pois entendem que tudo isso deve ser deixado de lado. Para que possam sustentar tal absurdo, argumentam que essas coisas são apenas rudimentos da doutrina de Cristo que ficaram para trás.

NEOMARCIONISMO



Sem dúvida, o senhor José Luiz pretende reviver, com todo o vigor, as antigas heresias marcionitas. É o neomarcionismo redivivo em pleno século XXI.

Marcião foi um presbítero do século 2° que, no esforço de afastar e eliminar do cristianismo todos os elementos judaicos das Escrituras do Novo Testamento, com o objetivo de "desjudaizar" a religião cristã, elaborou uma depuração dos escritos neotestamentários. Rejeitou os evangelhos de Marcos, Mateus e João. Forjou seu próprio cânone com textos selecionados do evangelho de Lucas e das cartas paulinas, muitas delas mutiladas. Para ele, nenhum dos apóstolos havia entendido perfeitamente a doutrina de Jesus, com a exceção de Paulo. Por isso, Paulo, para Marcião, é o apóstolo por excelência, pois recebeu de Jesus, por revelação, o verdadeiro evangelho. Fazia, ainda, distinção entre o deus mau do Antigo Testamento com o deus bom do Novo Testamento.

Esses ensinamentos são hoje apregoados por José Luiz de Jesus, que os confirma com a seguinte declaração: "Você não pode conhecer a Deus na lei. Imagine você. Esse Deus do Antigo Testamento. Deus não é assim. Esse é um lado de Deus. Esse é o lado mau de Deus, porque Deus é bom e Deus é mau".

É interessante que a semelhança entre os dois sistemas é idêntica até mesmo nos pormenores. É sabido que Marcião foi o primeiro a formular um cânon pessoal, enquanto o senhor José Luiz divide arbitrariamente a Palavra de Deus da seguinte forma: Escrituras (escritos do Antigo Testamento), História (os quatro evangelhos e o livro de Atos) e Evangelho (somente as epístolas paulinas, inclusive Hebreus).

RESPONDENDO ALGUMAS HERESIAS DO MCG

Adão e Satanás são a mesma pessoa?

"Como caíste do céu [...] Como foste lançado por terra..." (Is 14.12-16).

Os adeptos do MCG acreditam que este texto aponta para Adão, o qual seria o próprio Satanás. Dizem que a palavra "cortado", em certa tradução, está errada. O certo seria "foste formado".

Resposta apologética

Antes de tecermos quaisquer comentários sobre isso, é bom lembrar que a Bíblia sempre compara Satanás com a antiga serpente, o dragão, o leão (2Co 11.3,14; Ap 12.9; 20.2), mas nunca com Adão. A serpente é a mesma que tentou Adão e Eva (Gn 3). Portanto, a gênese da queda envolveu três personagens: Adão, Eva e a serpente, influenciada por Satanás. Outro fato que deve ser considerado é que o capítulo inteiro é uma continuação da profecia contra o império da Babilônia (Is 13.1; 14.4). Quem caiu foi o rei da Babilônia (Is 14.8), monarca que debilitava as nações (Is 14.12) e era soberbo (Is 13.19). A história nos relata que os reis babilônicos tinham todas essas características de grandeza (Dn 4.22); mas, por fim,foram abatidos (Cf. Is 14.23 com Is 47.10). O "homem" do qual fala o verso 16 não pode ser Adão, porque, em sua época, não havia reinos ou nações. Adão não tinha cidades e muito menos fazia pessoas cativas (v.17). Mas isso se encaixa perfeitamente com o rei da Babilônia, usado no texto como figura de Satanás.

Pedro foi inimigo de Paulo?

"... Mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo" (Gl 1.6-8).

Declaram que este texto refere-se aos apóstolos, principalmente Pedro, que queriam perverter o evangelho de Paulo.

Resposta:

Certamente, o apóstolo Paulo está se referindo à repreensão dada a Pedro em Gálatas 2.11. Mas daí construir uma aversão entre o evangelho de Paulo e o evangelho de Pedro é ser desonesto com o contexto bíblico, até porque este incidente foi tão irrelevante que Lucas não o menciona em seu livro: Atos dos Apóstolos. Havia, na igreja, muitos da circuncisão (At 10.45; 15.5). O próprio Pedro teve problemas com alguns deles (At 11.2). Este incidente, talvez, explique o receio na atitude de Pedro em Gálatas 2.12. O que Paulo condenava, ao que parece, era o fanatismo de alguns (Fl 3.2) e não o ministério da circuncisão que lhes fora confiado (Cl 4.ll). Paulo chega a reconhecer os dois ministérios como sendo de procedência divina (Gl 2.7 ,8). Dois ministérios, mas um mesmo evangelho.

Paulo se submeteu à igreja, em Jerusalém (At 15.2,3.22), e quando menciona aqueles "que pareciam ser alguma coisa" (G1 2.6), parece referir-se aos mesmos que se diziam da parte de Tiago (Gl 2.12), mas que não foram enviados por este (At 15.24). Paulo, depois do incidente com os da circuncisão em Antioquia, subiu a Jerusalém para decidir sobre essas questões teológicas com os apóstolos e obteve deles todo o apoio, inclusive o de Pedro (At 15. 23-29). Portanto, a censura de Paulo em Gálatas 1.6,7 não é dirigida aos apóstolos, mas aos da falsa circuncisão (Tt 1.10), dos quais Pedro também foi vítima.

Não ao batismo e ao arrependimento?

"...Deixando os rudimentos da doutrina de Cristo..." (Hb 6.1,2).

Acreditam que este texto os isenta do batismo e do arrependimento. O batismo seria um rudimento a ser abandonado de vez pelos cristãos.

Resposta:

Mal interpretado pelos adeptos do MCG, o texto citado não diz o que eles afirmam dizer. O que o escritor está dizendo tem sua razão em Hebreus 5.12-14. Todos os itens alistados nos versos 1 e 2 são os passos iniciais de quem ainda é novo convertido. Em contrapartida, pelo tempo que já estavam no evangelho, deveriam ser mestres. Mas, metaforicamente, ainda estavam se alimentando com "leite"; ou seja, com as primeiras doutrinas cristãs, da necessidade de se arrependerem dos pecados, de se batizarem, de terem fé em Deus, de ouvirem falar que haverá um juízo final, etc., ensinamentos voltados aos novos convertidos e não aos cristãos amadurecidos na fé, no conhecimento e na graça de Deus. Em verdade, já estava na hora de tais cristãos irem além dessas doutrinas e prosseguirem para a maturidade (perfeição) espiritual, tendo em vista as tribulações que estavam passando.

O texto não desobriga nenhum cristão da observância do batismo e das outras doutrinas, antes, está alertando quanto ao perigo de alguém estacionar naquilo que aprendeu. Se negarmos o batismo e o arrependimento, baseados nesse texto, terão de negar também o juízo final, a fé em Deus e a ressurreição, coisas que os adeptos do MCG ainda crêem estarem em vigor.

Não existe mais pecado?

Pelo fato de não enfatizarem o arrependimento, acabam tolerando algumas práticas imorais. Dizem que não pecamos mais, porque Jesus destruiu nossos pecados de uma vez por todas (Hb 9.26).

Em resposta a uma pergunta relacionada à aceitação de homossexuais no MCG, e se os mesmos, vivendo na imoralidade, teriam a possibilidade de ser salvos, vejamos o que disseram: "Também é importante esclarecer que algumas manifestações carnais (bebedices, práticas homossexuais, iras, etc.) não podem, de maneira nenhuma, afetar a nossa posição em Cristo (Hb 10.14), tampouco afetar a nossa salvação: 'Porque pela graça sois salvos, por meio da fé' (Ef 2.8); as debilidades da carne não são tomadas em conta pelo Senhor, já que Ele vê o nosso crescimento espiritual e não a nossa atividade carnal".

Resposta:

O apóstolo Paulo constantemente incentivava os crentes ao arrependimento (2Co 7.6-10). Além disso, a palavra aniquilar, "athetesis", no texto grego em pauta, não quer dizer destruição. Ela vem de "atheteo", que significa "pôr de lado", "desprezar", "negligenciar", "opor-se à eficácia de alguma coisa", "anular", "tomar sem efeito", "frustrar", "rejeitar", "recusar", "fazer pouco caso". De fato, Jesus anulou os nossos pecados na cruz, mas isto não quer dizer que o homem não peca mais e, por isso, não precisa de arrependimento. Isso não é verdade. O próprio Paulo reconhecia que era pecador (1 Tm 1.15).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Infelizmente, algumas questões não foram possíveis responder aqui. O embaraçado de desvios sustentados pelo MCG poderia nos render um livro sobre a seita.

Como percebemos o MCG não passa de mais uma seita (entre tantas outras) que está pregando outro evangelho com outro Jesus (2Co 11.4).

Citei aqui uma pequena parte das inúmeras heresias que a seita propaga, porém, cremos que tal abordagem seja o suficiente para alertar os verdadeiros cristãos, para que não se deixem enganar por "estes ventos de doutrinas" (Ef 4.14), especialmente pela roupagem evangélica que a maioria das seitas apresenta.

Estejamos atentos e engajados na perseguição da graça e do conhecimento de Deus (2Pe 3.18). Esses elementos caminham juntos e é prejudicial à vida cristã privilegiar um em detrimento do outro. O exagero geralmente conduz ao erro. A verdadeira graça, tal como é pregada nas Escrituras, nos conduzirá ao conhecimento, e este, por sua vez, será a ferramenta que sempre utilizaremos para rejeitar toda e qualquer tentativa de distorção da graça divina. Nunca confundam Graça com Desgraça.

MAYCON BARROCO - 2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Algumas das Seitas mais Bizarras do Mundo!


Eu estava fazendo um trabalho de Apologética, quando eu descobri algumas seitas bizarras e resolvi expor para vocês. Através disso quero deixar um alerta também: Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados (II Tm 3:13). Nesse versículo Paulo profetizou sobre o final dos tempos... Conheça algumas dessas seitas:

1.Peoples Temple


O reverendo Jim Jones começou a Peoples Temple para ajudar os sem-teto, deempregados e doentes de todas as raças, mas ex-membros afirmaram que abusos eram comuns dentro do grupo. Para remover este grupo do olhar examinador da sociedade, Jim começou uma colônia nas selvas da Guyana, onde esperava construir uma utipia tropical. Quando um congressista visitou a comunidade juntamente com três jornalistas para investigar alegações de abuso eles foram mortos quando tentavam deixar o local. Depois deste tiroteio 913 membros da comunidade beberam cianureto com suco, em um suicídio em massa. Há registros de audio e vídeo do evento e muitas pessoas foram forçadas a beber o veneno, incluindo centenas de crianças.


2.Ho No Hana


Ho No Hana Sanpogyo é uma seita japonesa chamada também de “seita da leitura do pé”. É chamada assim porque seu fundador, Hogen Fukunaga, afirma conseguir diagnosticar doenças ao examinar os pés das pessoas. Ele fundou o grupo em 1987 e afirmava ser a reencarnação de Jesus Cristo e Buda. O grupo já afirmou possuir 30 mil membros. Hogen cobrava US$ 900 pelas leituras de pé. Ele foi acusado de fraudar donas de casa e teve que pagar mais de um milhão de dólares em danos. Hoje o nome da seita mudou para “Yorokobi Kazoku no Wa”.

3.Raelianos

Se você acredita que naves espaciais semearam a maioria das religiões, que transferência mental é possível e clonagem pode levar à reecarnação, então você pode ser um candidato para a igreja Raeliana que começou na França na década de 1970. Uma seguidora da seita apareceu nas manchetes em 2003 por haver afirmado que havia concebido o primeiro clone humano, mas em seguida o evento foi avaliado como um trote.

4.O Corpo de Cristo

Esta seita é um pequeno grupo autoritário que se baseia em “revelação direta” e não na bíblia. Esta pequena seita apareceu nas manchetes por haver levado duas crianças à morte por inanição. Samuel Robidoux, um bebê de dez meses morreu de subnutrição. Ele não foi alimentado porque sua mãe estava esperando por um sinal de Deus para fazê-lo. O filho de Rebecca Corneau, Jeremiah, morreu logo após nascer por falta de cuidados médicos básicos. Um dos antigos membros deixou o grupo depois de dez anos e deu para a polícia um diário que descrevia o que ocorreu com as crianças.

5.Ordem do Templo Solar

O grupo foi criado em 1984 por Luc Jouret, um belga e neo-nazista. O grupo seria cristão e também conhecido como a segunda vinda de Cristo e os Cavaleiros Templários. Alega-se que uma criança foi sacrificada por pensarem ser o anticristo em 1994, dias depois ele e dúzias de seguidores cometeram suicídio. Os franceses hoje consideram a organização criminosa.

6.Comunidades de Bhagwan Shree Rajneesh

O místico indiano Bhagwan Shree Rajneesh fundou diversas cidades ocultistas no Oregon, EUA, durate os anos 1980, estranhamente cheias de carros da marca Rolls Royce. Bhagwan supostamente envenenou centenas de pessoas em Dalles, Oregon, com a bactérias Salmonella, em 1984, para colocar as eleições locais em favor da seita.

7.Davidianos

Considerado um dos maiores dissientes da igreja Adventista do Sétimo Dia, os Davidianos são famosos pela revolta de 1993 no seu complexo Waco, no Texas, EUA, que acabou com a vida de 76 pessoas. O evento resultou mais ou menos no desaparecimento do que muitos consideravam uma seita, que acreditava no apocalipse iminente.

8.Família Manson

Charles Manson, que aprendeu a tocar guitarra na prisão, formou a sua “família” de criminosos em 1968. Charles pensavam que uma guerra de raças entre brancos e negros iria eclodir em 1969. Quando isso não ocorreu ele enviou seus seguidores em uma série de assassinatos para “mostrar aos negros como se fazia”, mas as vítimas eram as pessoas que não o haviam ajudado em sua carreira musical.

9.Heaven’s Gate

Os seguidores da seita Heaven’s Gate, liderados por Marshall Applewhite, pensavam que a Terra e tudo que há nela seria “reciclado” e acreditavam que poderiam pegar uma carona no cometa Hale-Bopp, em março de 1997, o que os permitiria sobreviver. Os 39 membros, incluindo Marshall, envenenaram a si mesmos em turnos em uma mansão na Califórnia, vestindo tênis da Nule e tarjas ao redor do braço que diziam “Equipe de Desembarque Heaven’s Gate”.

10.Aum Shinrikyo

Fundada em algum ponto da década de 1980, Aum Shinrikyo é famosa pelos ataques ao metrô de Tóquio com o gás sarin em 1995, matando 12 e ferindo mais de 5 mil pessoas. As crenças da seita são frequentemente descritas como uma mistura de aspectos destrutivos de várias religiões. Vários seguidores acreditavam que iriam desenvolver super-poderes e outros saboreavam a chande de lutar contra o materialismo japonês.

OBS: Para onde ir? Tanto desespero para preencher um vazio que só pode ser preenchido por Deus!

Jesus é o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai (Deus), a não ser por Ele.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Jesus, Amigo de pecadores?!


"Veio o Filho do homem...amigo de publicanos e pecadores!" (Mateus 11:19). Em Lucas 7 lemos a história de um fariseu chamado Simão, que convida Jesus à sua casa para uma refeição. Esse camarada também convida um grupo de líderes religiosos como ele para se ajuntarem à mesa. O mais provável é que esses convidados fossem também fariseus.


Era claramente uma reunião muito religiosa. Simão e seus companheiros fariseus observavam e guardavam a lei, davam os dízimos meticulosamente e iam à casa de Deus todos os dias. Eram escrupulosamente retos a seus próprios olhos, e se imaginavam ser os homens mais santos de sua geração.

Não tenho muita certeza quanto a porque um fariseu convidaria Jesus para jantar, mais ainda quanto a trazer outros homens estritamente religiosos para comer com Ele. Uma razão possível para o convite seria que Simão e seus amigos queriam determinar se Jesus era profeta ou, na verdade, descartá-Lo como tal. A passagem deixa claro que Simão conhecia a reputação que Jesus tinha como profeta (v. Lucas 7:39).

Naquela cultura, era costume saudar todo convidado com uma bacia de água e um pano, para lavar a poeira dos pés da visita. (Não havia estradas asfaltadas na época, e assim os pés das pessoas estavam sempre empoeirados de suas viagens). O convidado também era saudado com um beijo de cada lado do rosto. A seguir recebia um ungüento oleoso para passar nos cabelos, pois estes geralmente estariam precisando se hidratar.

Ao ler esta passagem, parece que Simão havia arranjado de jeito que os outros convidados se assentariam antes de Jesus chegar. E, quase certo, esses outros convidados seriam refrescados segundo o costume. Afinal, nenhum fariseu queria ter a reputação de não ser hospitaleiro dentre os companheiros.

No entanto a passagem deixa evidente que Jesus não recebeu tal hospitalidade. A única coisa que recebeu quando chegou foi condescendência. Não houve água para lavar a poeira de Seus pés, nem beijo de cortesia na face, nem ungüento para a cabeça (v. Lucas 7:44-46). Em vez disso, foi levado à uma mesa reclinada como um visitante menor, e teve de se reclinar em meio aos demais com os pés ainda empoeirados.

As escrituras não dizem o que esse grupo discutia em torno da mesa da ceia, mas podemos assumir que tinha a ver com as escrituras e as leis. Os fariseus se especializavam nesse assunto, e haviam tentado pegar Jesus em outras ocasiões com perguntas fantasiosas. Mas Cristo sabia o quê estava no coração destes homens, e isso logo ficou claro.

A próxima coisa que lemos é que uma mulher "pecadora", quebrou a cena. De algum jeito essa mulher, já conhecida no meio, passou dentre os empregados da casa e subiu até a mesa onde os religiosos jantavam. Lá ela chegou aos pés de Jesus, agarrada a um vaso de alabastro com perfume, e chorando.

Simão e seus amigos devem ter ficado muito abalados para agir; em verdade, provavelmente ficaram paralisados pelo choque. Eles reconheceram a mulher como sendo uma grande pecadora na cidade. (Ela pode ter sido prostituta.) Posso imaginar o que esses religiosos começaram a pensar: "Que coisa estranha, uma pecadora destas invadindo a 'reunião de Jesus'. Estávamos conversando aqui sobre as leis e de repente essa mulher pecadora irrompe desse jeito".

A mulher pecadora se ajoelha, envolve os pés empoeirados de Jesus com as mãos, e começa a banhá-los com suas lágrimas. Diante disso, os fariseus devem ter respirado fundo, dizendo "Oh não. Como Jesus pode permitir que essa mulher O toque? É contra a lei ter contato com qualquer pessoa impura. Ele não deveria nem deixá-la tocar Suas roupas. Mesmo assim está permitindo que uma prostituta pegue os Seus pés".

Nesse momento, ela faz algo impensável: ela solta os cabelos. Nenhuma mulher judia decente faria um ato destes em público. Mas essa mulher de má reputação usou os cabelos para deixar os pés de Jesus limpos. Finalmente, ela abre o vaso de alabastro e derrama perfume sobre os pés de Cristo.

Os fariseus agora ficam indignados, pensando: "Que vergonha! Isso é erotismo. Jesus não pode ser profeta. Se Ele fosse realmente enviado de Deus, saberia que essa mulher é má e pararia essa exibição de carnalidade agora mesmo". Em verdade, as escrituras dizem que foi exatamente isso que Simão pensou (v. Lucas 7:39).

Mas Jesus leu a mente do anfitrião e anunciou: "Simão, uma cousa tenho a dizer-te" (7:40).

Quero fazer uma pausa aqui para avaliar as palavras de Jesus a Simão. Na verdade, o fato é que após ler essa história várias vezes, fui parado pelo Espírito Santo e O ouvi cochichando a mim: "Uma coisa tenho a dizer-te nessa história". Em realidade, creio que o Senhor tem algo a dizer a todos nós aqui.

Me senti estimulado a me colocar nessa história, e a examinar a mim mesmo à luz da sua verdade. Imediatamente, vi que há dois tipos de espíritos agindo nessa passagem: o espírito do farisaísmo, e o espírito perdoador e restaurador de Cristo. Os fariseus deixam fluir um espírito condenatório, do tipo "sou mais santo do que você", e estavam julgando tanto a conhecida mulher quanto Jesus. Mas Cristo manifestou o espírito de perdão e de restauração, e disse a Simão que tinha algo a lhe dizer.

Confesso que ao me colocar dentro desta cena, o meu primeiro pensamento foi: "Claro, tenho o espírito de Jesus. Sou amigo dos pecadores. Já ministrei a viciados, alcoólatras, prostitutas, travestis e aos piores dos pecadores. Não tenho farisaísmo algum em mim".

Ou assim pensava eu. Na verdade, a maioria de nós pensa assim, "Não sou esse tipo de crente. Eu não julgo as pessoas". Mas é o espírito do farisaísmo que argumenta: "Não sou como os outros. Sou mais justo, mais santo". Às vezes a maioria de nós permite que a inveja, o ciúme ou a raiva dêem cor à nossa opinião sobre os outros.

Para mim, a melhor definição de fariseu é "aquele que monitora os pecados dos outros, enquanto justifica a si próprio". Jesus ilustra isso apontando para a oração do fariseu no templo: "Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros...jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho" (Lucas 18:11-12).

Simplificando, o espírito farisaico diz: "Todos os demais estão no erro. Por toda volta, vejo apenas pecado e pessoas fazendo concessões. Mas eu faço certo. Sou um defensor da verdade".

O que Jesus Tinha a Dizer para Simão?

Cristo contou a Simão uma parábola sobre dois homens que deviam dinheiro a um credor: "Um lhe devia quinhentos denários, e o outro cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?" (Lucas 7:41-42).

Simão parece que entendeu a mensagem. O versículo seguinte diz: "Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou" (7:43). Qual foi exatamente a mensagem de Cristo a esse fariseu? Resumindo, Ele estava dizendo a Simão: "É você que precisa perdão".

Veja, quando Jesus de início disse a ele, "Uma coisa tenho a dizer-te", quis dizer, "Quero mostrar o quê está em teu coração. Esse momento em torno da mesa não tem a ver com essa mulher que aqui chegou. Tem a ver contigo, Simão. Tem a ver com o espírito que há em ti, com o teu orgulho religioso, a tua arrogância, o teu espírito condenatório, a tua falta de compaixão".

Creio que Jesus estava dizendo ao orgulhoso fariseu, basicamente: "Essa mulher assim chamada 'ímpia' conhece as profundidades de uma vida imoral. Ela sabe que merece condenação. Ela admite a desesperança e vê a si própria como a pior das pecadoras. A razão crucial para ela ter vindo aqui e fazer isso, é por estar tão agradecida pela misericórdia e pela purificação".

"Essa mulher vê a tua rejeição por ela, Simão. Ela ouve os cochichos entre vocês todos, e sente a tua ira condenando-a. Mas por sua vez, ela não te julga. Não, ela te ama a despeito disso. Isso porque ela conhece do quê foi perdoada. Ela é capaz de amar a todos, por ter sido tão amada apesar dos seus pecados. Agora ela sente que não tem o direito de julgar os outros."

"Mas você, Simão, não vê a imoralidade do teu próprio coração. Você confortavelmente condena essa mulher, que se mostra partida - mas não vê que precisa tanto ou mais dessa misericórdia. Você está pensando que ela necessita de muito perdão e você de pouco. Mas não é assim."

Avalie o que Jesus havia previamente dito aos fariseus: "O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem" (Marcos 7:20-23).

Em meus 8 anos de ministério, vi tanta tolice, tanta coisa falsa, tanto mercantilismo do evangelho e falsas doutrinas. E sei que isso tudo feriu o Senhor. Jesus expulsou os cambistas em Seus dias e mostrou o que era falso. Mas reservou suas denúncias mais intensas para o farisaísmo. Os registros dos evangelhos me convencem de que não havia nada que Cristo odiasse mais.

A Minha Oração nas Últimas Semanas Tem Sido

Para que o Senhor Mostre o Farisaísmo em Meu Próprio Coração

Tenho orado: "Jesus, antes de eu pregar sobre a situação da Tua igreja -- antes de eu falar uma palavra sobre os defeitos de outros ministérios -- por favor, mostre-me o meu próprio coração. Santo Espírito, poderoso, Mostre-me o orgulho e a dureza do meu próprio coração".

Muitas destas denominações são doutrinariamente boas, fazem um grande trabalho, e estão levantando igrejas espirituais. Estão poderosamente pregando o evangelho e ganhando um grande número de almas. Mas há também muita coisa que é blasfema, muitos falsos profetas, e muito pedido de dinheiro dos pobres.

Assim também era nos dias de Cristo. Havia tantos tipos de fariseus, tantos ramos de saduceus, tantos sacerdotes se debatendo. As falsas doutrinas abundavam, viúvas eram roubadas e os idosos tinham suas casas roubadas, tudo por motivos "religiosos".

Jesus deixa claro que um dia os colaboradores destes atos tão pecaminosos serão todos julgados. Irá cada um ficar diante dEle naquele dia, e dar contas pelo que fez. Mesmo assim enquanto ministrava na terra, Ele se recusava a gastar tempo monitorando os negócios dessas pessoas. Ele ainda não estava assentado sobre o Seu trono de Juiz; pelo contrário, Ele colocava a concentração seriamente na obra do reino.

Nos próximos dias veremos um crescimento nas tolices e na falsidade dentro da igreja como nunca antes houve. Anjos de luz irão surgir - serão pastores e evangelistas possuídos por demônios, com um discurso cheio de lábia, eficiente e sedutor.Tais homens terão força com sua presença, e suavidade na pregação de uma palavra totalmente inspirada pelo Diabo.

Há não muito tempo vi um evangelista destes na televisão apresentando um trabalho de levantamento de fundos. Contou uma história louca sobre o número 9 e depois disse para o povo doar R$ 900,00, e Deus iria fazer deles pessoas muito prósperas.

Fiquei preso na cadeira em choque, ao assistir essa sedução caminhando. Logo fui me esquentando com raiva, e gritei aos céus, "Vou desmascarar este homem!". Mas, a próxima coisa que entendi foi o Senhor cochichando ao meu coração: "Não, você não vai. Você vai deixá-lo em paz. Um cego guia outro cego, e todos acabam caindo no barranco".

Acredito, de verdade, que o meu desejo era defender o evangelho, mas eu estava reagindo na carne. O fato é: Jesus já fez uma declaração sobre esse mesmíssimo assunto. Os discípulos vieram até Ele um dia dizendo, "Mestre, Tu estás ofendendo os fariseus com o Teu ensino". Jesus lhes respondeu: "Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco" (Mateus 15:14).

Fui comprometido a trazer muitas palavras fortes durante meus anos de ministério, palavras fortes contra o falso e as tolices. Eu não estou recuando diante do que disse, apesar de saber que algumas vezes me orientei mal em meu zelo. Mas as coisas vão ficar tão ruins, com tantas coisas ofendendo o Senhor, que poderíamos facilmente ficar o tempo todo tentando apagar estes incêndios. Cristo nos diz que não é nisso que temos de nos concentrar. Pelo contrário, Ele nos dá uma palavra clara sobre qual deve ser o nosso propósito nestes últimos dias.

Somos Chamados a Restaurar os Caídos

Preste atenção no outro espírito que estava manifesto na casa do fariseu Simão aquela noite: o espírito de perdão e de restauração. As escrituras nos dizem: "E, voltando-se para a mulher" (Lucas 7:44). Aqui eu vejo Jesus mostrando onde o nosso foco deve estar: não na falsa religião, não nos falsos mestres, mas nos pecadores.

Desviando o olhar de Simão e seus convidados, Jesus se volta para a mulher e diz: "Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muito pecados, porque ela muito amou...A tua fé te salvou; vai-te em paz" (7:47,50). Jesus estava revelando aqui porque Ele veio: para favorecer e restaurar os que caíram, os sem amigos, os derrubados pelo pecado. E está nos dizendo hoje: "Esse é o Meu ministério".

Igualmente, diz o apóstolo Paulo, é aí que devemos nos concentrar. Não devemos julgar os que caíram, mas buscar restaurá-los e remover deles as repreensões e censuras. O fato é que ele fez disso o teste da verdadeira espiritualidade: a prontidão para restaurar aquele que caiu. "Se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado" (Gálatas 6:1).

Quando Paulo usa a frase "olhando por ti mesmo", está pedindo aos gálatas para recordarem-se da própria necessidade que tiveram de misericórdia no passado. Em outras palavras: "O quê Cristo perdoou em vós? Qual acusação em teu passado a misericórdia removeu? Deus cobriu esses pecados? Agora veja todos os atos e pensamentos maus em sua vida diária, e a sua própria necessidade da graça e do perdão contínuos de Cristo".

O teólogo João Calvino diz, basicamente: o cristão que julga o pecado dos outros, sendo ele mesmo culpado, é como um criminoso condenado o qual ascende à cadeira do juiz para condenar um outro. Daí a advertência de Paulo: "Olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado".

Paulo então rapidamente acrescenta essa instrução sobre o caminhar com Cristo: "Levais as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo" (6:2). Qual é a lei de Cristo? É o amor: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros" (João 13:34).

A verdade é que o pecado é a carga mais pesada do homem. Não podemos simplesmente fazer vistas grossas ou deixar passar o pecado nos outros. Mas há um modo de ajudar a sustentar os outros em suas cargas, e é a correção branda e amorosa. Devemos restaurar os irmãos arrependidos com brandura e amor.

Paulo escreve a Timóteo sobre como tratar com os que estão nos "laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem a sua vontade" (2 Timóteo 2:26).

É Importante que Compreendamos Totalmente

O que Paulo Está Dizendo Nesse Versículo
Quando lemos as instruções de Paulo "levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo", temos de nos perguntar: "Eu quero realmente viver agradando ao Senhor, cumprindo Sua palavra?".
Oh, as muitas, muitas maneiras pelas quais tenho tentado agradar a Deus. Tenho orado, "Oh Senhor, prostra-me diante de Tua presença. Que eu chore quebrantado. Torna-me contrito, desnude o meu espírito, não deixe que mornidão alguma me infecte. Dê-me uma paixão maior pela Tua palavra".
Todas estas coisas são boas, são bíblicas, e fazendo-as nos sentimos bem, pois estamos fazendo coisas que agradam a Deus. Mas Paulo diz, "Eis aqui o quê o Senhor mais quer de nós. Aqui está a Sua palavra sobre como cumprir a lei de Cristo: leve as cargas dos outros. Restaure os que caíram".
Não consigo tirar de mim essas palavras de Paulo. Elas me deixam perguntando: "Senhor, como exatamente levo a carga de alguém? Não dá para eu levar o pecado do outro; isso é obra unicamente de Cristo. Mas Senhor, Lhe ouço dizer que é isso que desejas. Portanto isso deve ser algo que eu deveria saber o quê é, mas não sei. Qual é a orientação?".
Eis o que ouço do Espírito Santo: devo pedir que Ele descubra todo o meu orgulho, a minha inveja, todo o meu ciúme, o meu hábito de julgar os outros, e o meu zelo enganoso. E devo pedir que me dê o Seu espírito de perdão, de contenção e autodomínio. Em resumo, devo buscar o espírito que Jesus teve na casa de Simão.
Quando temos esse espírito em nós, isso age como uma força magnética que atrai os que precisam da misericórdia de Deus. É o que atraiu aquela conhecida mulher ao espírito de compaixão de Jesus. Sabemos ser obra do Espírito Santo ganhar e atrair os pecadores a Cristo. Mas por que o Espírito Santo enviaria para nós uma pessoa necessitada de perdão, se não temos o espírito perdoador?
O grande evangelista George Whitefield e João Wesley foram dois dos maiores evangelistas da história. Eram homens que pregaram a milhares de pessoas em cultos ao ar livre, nas ruas, parques e prisões, e através de seus ministérios muitos foram levados a Cristo. Mas uma disputa doutrinária surgiu entre eles quanto a como uma pessoa é santificada. Ambos os lados doutrinários defenderam suas posições intensamente, e algumas palavras fortes foram trocadas, com seguidores de ambos os lados discutindo de um jeito inadequado.

Paulo chama esse tipo de espírito de "alargamento do coração". E ele o possuía em si mesmo ao escrever ao coríntios, uma igreja na qual alguns o haviam acusado de dureza, e desdenhado seu ministério. Paulo lhes assegura, "Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração" (2 Coríntios 6:11).
Quando Deus alarga o seu coração, subitamente tantos limites e barreiras são removidos. Você deixa de enxergar através de lentes estreitas. Pelo contrário, você se vê sendo dirigido pelo Espírito Santo aos que sofrem. E os que sofrem são atraídos ao seu espírito de compaixão por meio da tração magnética do Espírito Santo.

Então - você possui suavidade de coração quando vê pessoas que sofrem? Quando vê um irmão ou irmã que tropeçou no pecado...que está tendo problemas...que possa estar a caminho de um divórcio...você é tentado a lhe dizer no que está errado? Eles não precisam que alguém lhes diga isso, pois muito provavelmente eles já o sabem. O quê Paulo diz que tais pessoas que estão em sofrimento necessitam, é serem restauradas em um espírito de mansidão e delicadeza. Eles precisam de um encontro com o espírito que Jesus demonstrou na casa de Simão.

Eis o clamor do meu coração para os dias que me restam: "Deus, remova toda a estreiteza do meu coração. Quero o Teu espírito de compaixão pelos que sofrem...o Teu espírito perdoador quando vejo alguém que caiu...o Teu espírito de restauração, para afastar deles as acusações. Carregue esse exclusivismo do meu coração, e alargue minha capacidade de amar meus inimigos. Quando me aproximar de alguém que esteja em pecado, que eu não vá julgando. Pelo contrário, permita que as fontes de água que brotam em mim sejam um rio do amor divino para com eles. E que o amor que lhes é mostrado faça acender dentro deles o amor pelos outros".

Maycon Barroco - (Citações do amigo David)

sábado, 14 de novembro de 2009

Jesus é Simples?



 As pessoas ao redor do mundo que ainda não conhecem a Deus e ao seu Filho, acham que viverão pelo resto de suas vidas em prol de riquezas e coisas que elas mesmas não sabem que Deus deu a elas, por causa de sua misericórdia e amor.

A simplicidade da salvação que Deus oferece a todos são as maneiras mais fáceis das pessoas verem ele em tudo. Por mais que os outros procurem dinheiro, e os recém-casados tenham filhos e queiram que eles nasçam em berços de ouro, Deus quer lembrar a todos os ricos e pobres que Jesus veio de uma maneira tão simples, ele veio numa manjedoura, nasceu numa estrebaria, em meio aos animais. Jesus disse para que as pessoas fossem TÃO SIMPLES quanto ele, que os outros fossem por todas as nações e fizessem discípulos. O plano de salvação não é nada mais simples do que um coração se render a Deus e reconhecer os seus erros, se humilhando diante de tudo, reconhecendo que o evangelho e o amor de Deus é uma coisa tão simples quanto a uma semente que é plantada e regada pelo semeador. (I Corintios 15:37) -  E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente.Essa é a palavra que Deus dá para o povo dele, a geração simples, que não busca somente as obras de suas mãos, mas com a simplicidade de chegar perto dos braços do pai, e amá-lo, e adorá-lo com uma simplicidade hereditária que só o pai pode passar para o filho.

Reflexão de Lorena de Souza sobre o Livro Jesus, Simples Assim... (M. Barroco)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Precisamos ter Fome e Sede da Justiça de Deus

Fome e Sede de Justiça de Deus (Mateus 5: 6)

Vivemos dias difíceis, dias de abandono da fé (apostasia) em Jesus Cristo. Inverteram muito os valores, ser feliz para Jesus é muito diferente de alegrar o nosso ego. Para Jesus a felicidade plena não é ter coisas, mas sim, ter o Reino dentro de nós. Essa é a ligação direta entre justiça e felicidade. Estevão (Atos 7)deu sua vida para promover a justiça de Deus na Terra. Entendemos que a infelicidade de muitos pode estar conectada com a falta de fome e sede de justiça e não com a falta de sorrisos ou bens materiais.

Fome e sede: Essas são necessidades básicas para sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem a ingestão de líquidos ou alimentos é impossível que se conserve a vida biológica, mas tão prejudicial quanto ausência de alimento ou liquido é a contaminação daquilo que se ingere. Às vezes, o desespero da fome e da sede pode levar pessoas a comerem lixo, por isso é que não basta ter fome e sede, mas é necessário ter fome e sede dos alimentos que trarão vida e não morte. Ter fome e sede de justiça e não de injustiça, ou de violência ou vingança pessoal, mas fome de Deus e da sua justiça.

Justiça: Justiça significa dar a cada um, o que lhe é de direito. A Bíblia nos ensina que Deus é Justo Juiz, portanto dará a cada um segundo suas obras. Você está desafiado a ter sede dessa justiça ou desse juízo divino. Ter sede de Justiça é ter desespero pela presença e pela manifestação da justiça de Deus para que cada um tenha seus direitos respeitados. A fome e sede de justiça deve nos conduzir a duas atitudes ou nos levar a responder diante da realidade e dos desafios de duas formas:

Você não pode se calar

Você não pode ser indiferente diante das injustiças, é preciso ficar exposto sua fome e sua sede. Não podemos nos calar diante de qualquer injustiça. Fome e sede que fizeram mártires entregarem sua vida pela causa do Reino de Deus, como os Profetas que denunciavam os erros, pecado ou injustiça de qualquer tipo.

Você precisa provocar Fome e Sede

Em segundo lugar a fome e a sede de justiça devem produzir mudanças e revelar o caráter de Cristo em nós. Seja através de um coração contrito, de uma palavra de confronto, de muito jejum e humilhação para que possa ser manifesta a Justiça de Deus.

Bem aventurados são aqueles que pelo desespero de vêem a justiça de Deus se manifestando se posicionam com todas as suas forças para promovê-la.

Seja plenamente faminto e sedento por justiça.

Observação: Jesus, O alfa e o Omega... O Principio e Fim... O nosso Amado!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Os Mártires - Amor, Paixão e Lágrimas

Olá galera, estamos criando um site que relata a história de vários Mártires Cristãos. Nossa visão é que a história deles sirvam de impulso para nossa vida cristã.

Em dias de muita apostasia, acreditamos que a Fé nunca pode morrer, nós podemos morrer... mas, nosso Fé jamais...

Fiquem atentos... Os Mártires - www.osmartires.com

Deus nos abençoe

Maycon Barroco

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MT10? O que significa?

O que é MT10 Video Livre?

A MT10 é um ministério que atua na área da comunicação, seus vídeos são distribuídos através da internet e copias livres de DVDs. Nosso principal objetivo é anunciar o Reino de Deus através de nossos vídeos. Nossa meta é produzir vídeos de ministrações, documentários, longa-metragens, pequenos e grande videos que liberem a mensagem de Deus sobre Terra. Estamos apenas no começo de um grande projeto.

Site: www.mt10.com.br

Seja abençoado em nome de Jesus Cristo!

Divulgue

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Continuaremos sendo a Geração que somente canta e dança?

E seremos mais uma Geração que vai morrer sem ter realizado o que Deus teria determinado pra ela?
Por muito tempo fomos a Geração que canta e que dança... Nada contra dançar e cantar na presença do Senhor, acho até legal e também faço isso... Mas, se a sua adoração resumir a isso, tem algo errado com você...
Ele quer muito mais... Na minha vida Cristã, aprendi que o presente para o coração de Deus está relacionado a Vidas.

Como o Jeff (Geração Benjamim) escreveu: Eu acho que a coisa que mais me irrita hoje, além do lixo sendo pregado nos púlpitos, é que foi isso que nós vendemos para uma geração; uma geração que está agora casada, barriguda, e que nem dança mais, pois tem medo de enfartar. Caraca, o que aconteceu? Onde nós erramos? Era tanto potencial e disposição e agora é “comunhão na casa de Fulano”.

De uma coisa eu tenho certeza... Somos uma Geração simples, que tem o desejo de ser semelhante a Jesus... Somos uma Geração que anseia em ganhar vidas e mais vidas... Mas, onde está o problema?

Será que o problema está em nós?

Com certeza, o erro está em nós! Cara, tenho vivido experiências semelhantes, o Senhor tem falado de diversas formas a respeito de ganhar almas. Almas, Almas, Almas. É esse som que sai das batidas do coração de Deus.
O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas, sábio é. (Pv. 11: 30).

Quando você olha para um jovem hoje, nos olhos deles, não há brilho, estão sem “vida”, estamos deixando nossa geração simples, virar uma “geração retardada (idiota)”, fico reparando que os nossos jovens de hoje, estão sem rumo, penetrados no mundo globalizado e capitalista, achando que tudo é muito fácil e precisa acontecer rapidamente, perdem mais tempo no computador com conversas sem sentido do que estudando para ter uma vida digna, nossos jovens estão mais depressivos, preferem ficar na solidão a desfrutar de uma boa amizade. E os cristãos, o que estão fazendo em relação a isso? Sabe de uma coisa, muitos de nós, fazemos o mesmo, ou até pior, perdemos mais tempo buscando “coisas” do que a busca intensa pelo Reino de Deus. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mt. 6:33).

O mais engraçado é que para segurar os jovens em nossas igrejas hoje, apelamos para o entretenimento, comemos pizza juntos, fazemos festinhas com luzes coloridas e muita dança, comemos, bebemos, e quase nunca falamos que lá fora existe milhares de pessoas passando fome e morrendo sem conhecer Jesus. Acorda! precisamos enxertar arrependimento e Reino de Deus dentro da mente de nossos jovens. Se a gente não ensinar nossos jovens, nossa geração vai morrer de vez. Só mais uma indagação: Para quem você deixará seu legado? Como será a próxima Geração?

Falávamos para eles que podiam mudar o mundo enquanto eles nem sabem como mudar as suas próprias vidas. E em vez de confrontar eles na maneira que vive e seus valores, nós mudamos a estrutura da igreja para acomodar eles. Nós criamos “namoro santo” e colocamos “play stations” na sala de oração. Mas, não muito tempo depois, a nossa estrutura não os satisfazia mais. Em vez de treinar eles, nós temos entretido eles. Em vez de desafiar eles, acomodávamos e acabávamos frustrando e perdendo eles, pois a verdade é que não era isso que eles queriam. (Jeff – Geração Benjamim)

Quando me converti, recebi uma palavra de Deus, que seriamos a geração que iria mudar o mundo, seriamos uma geração de muitos filhos semelhantes a Jesus, e agora? Para onde estamos indo? Onde vamos parar?

Sabe, Estou disposto a mudar tudo isso, sei que sozinho não posso, preciso de você, é isso mesmo, de você, existe uma realidade que estamos vivendo e poucos estão acordados e vendo toda sujeira que está escondida em nossos lindos carpetes das congregações. Precisamos ser uma igreja sem máculas, adornada, limpa, cheirosa, pronta para receber o nosso Amado Jesus. Não seremos mais um Geração que somente canta e dança, Seremos uma Geração que canta, dança, prega o Reino, salva, liberta e grita pelas ruas: Arrependei-vos, pois é chegado o Reino de Deus.

Quero pedi perdão se fui estúpido demais, mas, isso foi apenas um desabafo de uma pessoa cansada de lutar com sua própria força, preciso de você, por isso escrevo essa Carta.

Que Deus nos abençoe!

Miss. Maycon Barroco

IBC Cabo Frio - RJ

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Uma Geração Simples...



Desde quando comecei a escrever o livro (Jesus, Simples assim...) compreendi a perfeição da simplicidade de Jesus a revelar ao mundo a dimensão do Reino de Deus.
Ele (Jesus Cristo) sendo Deus, abriu mão, de toda sua glória, de todos os seus títulos, de toda fama; Tornou-se homem, veio a terra, humilhou-se, lavou os pés dos seus díscipulos demonstrando a simplicidade que devemos seguir e servir...
Foi pregado no madeiro sem nenhuma culpa, ao mesmo tempo, carregou sobre si todas as nossas culpas, morreu pelas nossas enfermidades, desafiou a ciência e ressuscitou por nossa causa.
Jesus Cristo pregava de uma forma muito simples e objetiva o que Deus queria para o povo dele, mas o mesmo o rejeitou... (João 1:10-11)
Em nenhuma parte das escrituras você vê Jesus Cristo recebendo alguma glória, você consegue compreender o tamanho da simplicidade dele?
Na passagem de Jesus no deserto, após um jejum de 40 dias ele teve fome, o diabo nada bobo como muitos pensam, usou a própria escritura para desafiar Jesus, ele disse: tranforma essa pedra em pão se tu fores o filho de Deus.
Creio que nessa hora Jesus deve ter gritado, pois havia ali uma guerra muito intensa, ele precisou de atitudes, depois de 40 dias sem comer e ainda mais sabendo que ele tinha o poder para tal coisa, verdadeiramente ele foi tentado, mas ele gritou: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.
Trazendo essa passagem para nossas pregações hoje, posso perceber que a simplicidade vem através de muita obediência, se Deus mandar você pregar "pedra", jamais você poderá transformar ela em pão, só para agradar aos homens... consegue entender? Nem só de Pão (palavras para satisfazer o ego) viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus (palavras de conserto).
Deus quer que sejamos uma Geração Simples. Te desafio a ler a bíblia de uma forma simples, analizando o texto sem deixar de fora o contexto, buscando a revelação de Deus.

Deus nos abençoe!

Por: Maycon Barroco

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A COLHEITA



“O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha”. (Provérbios 10: 5)

Este versículo é simplesmente profundo e maravilhoso, pois, fala sobre o filho que na época do verão trabalha e ajunta mantimentos, agindo com entendimento, inteligência e sabedoria. O que há de tão especial em ajuntar no verão?

Qualquer agricultor sabe que no inverno ou no outono não é tempo de ajuntar. É preciso conhecer as estações, saber o tempo de ajuntar. Por exemplo, um agricultor que tem uma grande colheita e não tem onde armazenar acaba fazendo montões com o que colheu na sua fazenda, não tendo celeiro para guardar. Sabe o que vai acontecer? A chuva virá e apodrecerá todo o mantimento e durante o inverno morrerá de fome, pois não tem nada estocado.

Amo o texto que Jesus diz: “Louco esta noite pedirão a tua alma e o que você tem”? Nessa passagem, Jesus conta a história de um agricultor que teve uma grande colheita, guardou tudo em seu celeiro e disse estava pronto para folgar e descansar, entretanto, o inverno da alma dele havia chegado. O agricultor de acordo com seus conhecimentos técnico da agricultura no mundo físico, porém, não teve o entendimento necessário para ajuntar no celeiro espiritual. Jesus usou o princípio da agricultura para falar de um princípio eterno. O filho sábio ajunta não só bens físicos no verão, mas também ajunta bens eternos nos celeiros do céu, pois, ele não sabe a hora que será chamado.

Não ajunteis para vos tesouros onde a traça e a ferrugem corroem mais ajunteis para vos tesouros nos céus..... Aleluia!!!!!

A segunda parte do versículo de Provérbios 10, fala sobre o filho que dorme na sega e deste se diz: “E filho que envergonha”. Que vergonha um filho que dorme, deixa passar o tempo da colheita e perde o momento! O pai deixa o filho tomando conta da seara e ele dorme, deixando o inimigo entrar e roubar a colheita. Este filho é uma vergonha para seu pai.

Este texto me assusta, pois, quantos de nós estamos dormindo na hora que deveríamos estar prontos para a colheita e deixamos que o inimigo entre, roube e destrua o fruto.

Mais uma vez preciso mencionar um ensino que Jesus deu aos seus discípulos concernentes ao joio e o trigo, usando uma parábola na qual narra a história de um agricultor que semeou trigo no seu campo, porém, enquanto os homens dormiam veio o inimigo e semeou o joio. Quando a plantação cresceu os homens se assustaram, pois, viram o joio no meio do trigo. A primeira solução que aqueles homens pensaram era arrancar a praga semeada, todavia, o dono do campo diz: “Agora não! Precisamos esperar a colheita, pois, ao arrancar o joio corremos o risco de tirar o trigo junto”. O joio só foi semeado no meio do trigo, porque aqueles que deveriam vigiar o campo dormiram, deixando uma brecha aberta para que o inimigo prejudicasse a plantação. O filho que dorme na sega é uma vergonha para o pai. Portanto, como está escrito em I Pedro 5.8: “Orai e vigiai. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando a alguém para devorar”.

Há uma grande expectativa nestes dias sobre a colheita que virá sobre a terra. Oro para que sejamos filhos abençoadores e que não durmamos na hora da ceifa.

Finalizando este texto, gostaria de mencionar algo que vem ao meu coração em quanto escrevo estas palavras. Será que o Filho, ou seja, Jesus dormiu? As escrituras narram um momento que os discípulos estavam no meio de uma tempestade e Jesus dormia tranquilamente no barco. Os discípulos apavorados o acordam dizendo: “Não se ti dá que morramos?”. Jesus se levanta e reaprende a tempestade. Aquela tempestade circunstancial não perturbou o Filho de Deus. Mas nos versículos de Mateus 9: 36 a 38, relatam que quando Jesus viu a multidão, “Ele se moveu de íntima compaixão”, se perturbou dentro de si e disse aos seus discípulos: “... A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande mais trabalhadores para a sua seara. O Filho então chama os discípulos e os envia de dois em dois para uma missão. Jesus não dormiu quando viu a seara. Ora a Deus para que não nos deixe dormir para que possamos também nos mover íntima compaixão pelos que perecem.

Judson de Oliveira

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pietismo - O que significa?



Pietismo foi um movimento surgido no final do século XVII dentro do Luteranismo, como oposição à negligência da ortodoxia luterana para com a dimensão pessoal da religião. O Pietismo influenciou o surgimento de movimentos religiosos independentes de inspiração protestante tais como o pentecostalismo, o neo-pentecostalismo e o carismatismo, todos de caráter Anabatista. O Pietismo combinava o Luteranismo do tempo da reforma (como o Calvinismo) e o Puritanismo, enfatizando a piedade do indivíduo e uma vigorosa vida cristã.

Histórico
A origem do Pietismo é atribuída a Philipp Jakob Spener. Nascido em Rappoltsweiler na Alsácia no dia 13 de janeiro de 1635, treinado por uma madrinha devota que se utilizava de livros de devoção como "Arndt's True Christianity", Spener foi convencido da necessidade de uma reforma moral e religiosa no Luteranismo germânico. Ele estudou teologia em Strasbourg, onde os professores da época (especialmente Sebastian Schmidt) tinham inclinação para o "Cristianismo prático" ao invés da disputa teológica. Ele posteriormente passou um ano em Genebra, e foi poderosamente influenciado pela rígida disciplina eclesiástica e pela vida moral estrita aí prevalescente, e também pela pregação e piedade do professor Antoine Leger e dos pregador jesuíta convertido ao protestasntismo Jean de Labadie.

Durante uma estada em Tübingen, Spener leu o Grossgebauer's Alarm Cry, e em 1666 recebeu seu primeiro encargo pastoral em Frankfurt com a opinião de que a vida cristã no seio do Luteranismo (Lutheranism Evangelical) estava a ser sacrificada pelo rígido zelo da ortodoxia. O Pietismo, foi um movimento distinto na Igreja alemã, originando-se através de Spener que promovia reuniões religiosas em sua casa (collegia pietatis) em que pregava seus sermões, expondo passagens do Novo Testamento e induzindo os presentes a participar na discussão de questões religiosas que surgiram. Em 1675 publicou o Pia desideria ou Earnest Desires for a Reform of the True Evangelical Church, cujo título deu origem ao termo "Pietists". Nesta publicação ele fez seis propostas como o melhor meio de restaurar a vida da Igreja:

Sério e profundo estudo da Bíblia em reuniões privadas, em ecclesiolae ecclesia ( "igrejas dentro da Igreja");
O Cristianismo sendo o sacerdócio universal, os leigos devem partilhar no governo espiritual da Igreja;
O conhecimento do Cristianismo deve ser alcançado através da prática;
Ao invés de ataques aos incrédulos e heterodoxos, dar um tratamento simpático e gentil a eles;
Uma reorganização da formação teológica das universidades, dando maior destaque à vida devocional;
Um estilo diferente de pregação, ou seja, no lugar de retórica agradável, a implantação do cristianismo, no interior ou novo homem, que é a alma da fé, devendo trazer frutos para a vida.
Este trabalho produziu uma grande impressão em toda a Alemanha e, embora um grande número de teólogos e pastores luteranos ortodoxos tenham sido profundamente ofendidos por Spener em seu livro, as suas reivindicações foram admitidas e muito bem justificadas. Consequentemente, um grande número de pastores imediatamente adotaram as propostas de Spener.

Doutrina
O tema central do pietismo é a experiência do crente com Deus, sua condição de pecador e o caminho para sua salvação. Sublinhava-se a necessidade da conversão individual e do nascer de uma nova conduta no crente, desapegada do mundo material e firmada no apoio mútuo da comunidade reunida em culto ao redor do estudo da Bíblia. Ao enfatizar a dimensão experiencial e a prática da fé, os pietistas, por um lado, desenvolveram uma moralidade ascética por vezes áspera, especialmente no que tange à alimentação, vestimenta e lazer; por outro lado, enfatizaram um sentimento de responsabilidade para com o mundo, do qual desdobraram-se atividades de missão e caridade. Além disso, dada a ênfase no contato direto da pessoa com Deus, as diferenciações entre clero e laicato foram amainadas e o sentimento de pertença eclesiástica arrefecido nas experiências de pequenos grupos (ecclesiola in ecclesiae)., os "collegia pietatis".

Defendia uma experiência vitalista da fé, pela demonstração e comprovação desta numa piedade prática, através da rejeição do espírito mundano e pela participação a(c)tiva dos leigos em reuniões ou conventículos de «cristãos conversos».

O pietismo prático foi promovido pela nova universidade pietista de Halle (Saale).

Um pietismo intimamente ligado a um organização eclesial surgiu em Württemberg. Mais tarde, o conde August Hermann von Zinderdorf fundou uma comunidade dos «irmãos de Hurrnhut».

Depois de ter manifestado a sua oposição à intransigente ortodoxia calvinista, o pietismo revolta-se também contra o racionalismo.

As aspirações escatológicas, a interpretação subjectiva, mística e entusiástica da piedade, unidas muitas vezes a um rigorismo de tipo legalista, levaram à dissolução do pietismo em diversos segmentos cristãos.

O pietismo desprezava a jurisdição eclesiástica, considerando apenas a teologia mística e a contemplação espiritual. Atacava com veemência a imoralidade que imperava desde a Guerra dos Trinta Anos.

Como verdadeiro mentor e chefe do movimento surge Philip Jacob Spener (1635-1705), conhecido pela sua obra Pia desideria (1676). Outras figuras importantes do pietismo foram: August Hermann Francke, Albrecht Bengel, Paul Anton e Schade.

No Brasil o Pietismo se encontra presente dentro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil por meio da Missão Evangélica União Cristã. E também está presente na Igreja Evangélica Congregacional do Brasil, como base teológica da denominação. Também a Igreja do Cristianismo Decidido surgiu no Brasil a partir de uma missão luterana pietista da Alemanha na cidade de Curitiba.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Biografia de John Hus



John Hus nasceu por volta do ano 1370, na Boêmia - região que, no mapa geopolítico mundial, é ocupada, hoje, pela República Tcheca, país do Leste Europeu. Em 1400, foi ordenado sacerdote e, desde o início de seu ministério, quando assumiu o púlpito da Capela de Belém, em Praga, tomou-se um estorvo, um incômodo para alguns de seus colegas. Pregava insistentemente contra os privilégios do clero, e defendia a necessidade urgente de uma reforma religiosa. A eloqüência de suas pregações fez com que, rapidamente, boa parte da população o seguisse.

A nobreza também se rendeu ao seu discurso reformista e, há muito tempo, tentava encontrar uma forma de limitar o poder eclesiástico. Calcula-se que, na época, metade do território nacional boêmio pertencia à Igreja Católica, enquanto à Coroa cabia apenas a sexta parte. No mesmo período, com o apoio das autoridades, Hus traduziu o Novo Testamento para a língua boêmia e tornou-se um simpatizante das obras de John Wycliff (1329-1384), um reformador inglês.

Impedido de pregar - Influenciado por algumas das doutrinas wiclifistas, Hus pregava, dentre outros pontos, a autoridade suprema da Bíblia e a predestinação - doutrinas negadas, até hoje, pela Igreja Católica. Era a época em que existiam três papas comandando a Igreja, e ninguém sabia ao certo quem era o legítimo. Feito reitor da Universidade de Praga, Hus apoiava Alexandre V, eleito no Concílio de Pisa. No entanto, o arcebispo local era fiel a um outro papa - Gregório XII - e, por causa da disputa política, o arcebispo fez com que Hus fosse impedido de pregar.

Hus - que significa ganso na língua boêmia - não obedeceu à proibição e, por isso, foi excomungado em 1411. Entretanto, seu pior ato de insubordinação, e o que gerou sua condenação à morte, foi a crítica feroz a uma atitude do terceiro papa, João XXIII. Em guerra contra o rei de Nápoles, aquele papa decidiu financiar o conflito com a venda de indulgências (remissão de pecados mediante pagamento à Igreja com determinada quantia em dinheiro). Os vendedores chegaram à Boêmia, tentando usar todo tipo de método para persuadir seus "fregueses". Hus, imediatamente, protestou e afirmou que só Deus poderia conceder indulgências e ninguém jamais poderia vender algo que procede somente de Deus.

Seu discurso movimentou o país e até passeatas de protesto foram organizadas. Hus foi excomungado pela segunda vez, e mudou-se de Praga para o Sul da Boêmia, a pedido do imperador. Ele permaneceu lá, até que, em 1414, ficou sabendo da realização do concílio da igreja católico-romana de Constança, na Alemanha. O evento, que contaria com a presença de vários reformadores de renome, prometia inaugurar uma nova era na vida da Igreja, pois seria decidido quem era o papa legítimo. Hus foi convidado a expor seu caso e aceitou comparecer. Poucos dias após sua chegada a Constança, foi convidado pelo Papa João XXIII para uma assembléia composta apenas de cardeais. Hus insistiu que estava ali para defender suas idéias diante do concílio e não em uma reunião tão restrita. Antes não tivesse ido.

O boêmio saiu daquela assembléia acusado de heresia e, a partir de então, passou a ser tratado como prisioneiro. Em junho de 1415, finalmente foi julgado pelo concilio. Por aquela época, João XXIII já fora deposto, mas isso não melhorou a situação de Hus. O concilio lhe atribuía uma série de heresias, as quais ele teria de admitir ser o autor. No entanto, em momento algum, a direção do concilio se dispôs a ouvi-lo sobre quais seriam, de fato, suas doutrinas. Hus, obviamente, recusou-se a retratar-se de doutrinas que não havia propagado e, assim, foi condenado à fogueira.

No dia 6 de julho, ele foi levado até a Catedral de Constança para ouvir um sermão sobre a teimosia dos hereges. Em seguida, teve seus cabelos cortados, uma cruz foi desenhada em sua cabeça, e recebeu uma coroa de papel decorada com desenhos de diabinhos. Mais uma vez, exigiram que Hus se retratasse, mas ele não voltou atrás. Atribui-se a Hus as seguintes palavras:

"Estou preparado para morrer na Verdade do Evangelho que ensinei e escrevi". Hus morreu cantando os Salmos, e sua morte deflagrou uma verdadeira revolução contra a Igreja na Boêmia.

Recentemente, o Papa João Paulo II reconheceu o erro de seus "infalíveis" antecessores. Em dezembro de 1999, o líder católico pediu desculpas - embora demasiadamente tardias - pela morte de Hus. Na ocasião, falando sobre o reformador tcheco em um simpósio internacional promovido pelo Vaticano, João Paulo II afirmou: "Hoje, às vésperas do Grande Jubileu, sinto a necessidade de expressar profundo arrependimento pela morte cruel infligida a John Hus e pelas conseqüentes marcas de conflito e divisão deixadas nas mentes e nos corações do povo boêmio".

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fome e Sede de Justiça de Deus



Fome e Sede de Justiça de Deus (Mateus 5: 6)

Vivemos dias difíceis, dias de abandono da fé (apostasia) em Jesus Cristo. Inverteram muito os valores, ser feliz para Jesus é muito diferente de alegrar o nosso ego. Para Jesus a felicidade plena não é ter coisas, mas sim, ter o Reino dentro de nós. Essa é a ligação direta entre justiça e felicidade. Estevão deu sua vida para promover a justiça de Deus na Terra. Entendemos que a infelicidade de muitos pode estar conectada com a falta de fome e sede de justiça e não com a falta de sorrisos ou bens materiais.

Fome e sede: essas são necessidades básicas para sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem a ingestão de líquidos ou alimentos é impossível que se conserve a vida biológica, mas tão prejudicial quanto ausência de alimento ou liquido é a contaminação daquilo que se ingere. Às vezes, o desespero da fome e da sede pode levar pessoas a comerem lixo, por isso é que não basta ter fome e sede, mas é necessário ter fome e sede dos alimentos que trarão vida e não morte. Ter fome e sede de justiça e não de injustiça, ou de violência ou vingança pessoal, mas fome de Deus e da sua justiça.

Justiça: Justiça significa dar a cada um, o que lhe é de direito. A Bíblia nos ensina que Deus é Justo Juiz, portanto dará a cada um segundo suas obras. Você está desafiado a ter sede dessa justiça ou desse juízo divino. Ter sede de Justiça é ter desespero pela presença e pela manifestação da justiça de Deus para que cada um tenha seus direitos respeitados. A fome e sede de justiça deve nos conduzir a duas atitudes ou nos levar a responder diante da realidade e dos desafios de duas formas:

Você não pode se calar

Você não pode ser indiferente diante das injustiças, é preciso ficar exposto sua fome e sua sede. Não podemos nos calar diante de qualquer injustiça. Fome e sede que fizeram mártires entregarem sua vida pela causa do Reino de Deus, como os Profetas que denunciavam os erros, pecado ou injustiça de qualquer tipo.

Você precisa provocar Fome e Sede

Em segundo lugar a fome e a sede de justiça devem produzir mudanças e revelar o caráter de Cristo em nós. Seja através de um coração contrito, de uma palavra de confronto, de muito jejum e humilhação para que possa ser manifesta a Justiça de Deus.

Bem aventurados são aqueles que pelo desespero de vêem a justiça de Deus se manifestando se posicionam com todas as suas forças para promovê-la.

Seja plenamente faminto e sedento por justiça.

sábado, 12 de setembro de 2009

Vem aí... Imersão!




Qualquer Dúvida, pergunte!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Perdão revelado através das Lágrimas

Lágrimas falam de perdão. É o caso da pecadora que chora aos pés de Jesus molhando-os com as suas lágrimas e enxugando-os com os seus cabelos.
Uma cena impressionante que chama a atenção do anfitrião. O fariseu Simão não entende nada e acaba julgando de maneira preconceituosa. Jesus nos ensina, com essa parábola dos dois devedores, que maior a dívida perdoada, maior deveria ser o agradecimento. Infelizmente, "aquele a quem se perdoa mostra pouco amor".
Uma indireta do Senhor para nos lembrar que deveríamos amá-lo muito mais, porque, afinal, todos somos pecadores e a todos Ele gostaria muito perdoar.

É fácil entender que poucas vezes pedimos perdão e pouco amamos, porque nos consideramos corretos até demais. “Não precisamos do perdão de ninguém”; “não devemos pedidos de desculpa para ninguém”; aliás, às vezes, achamos que, com todas as nossas orações, seja o bom Deus quem nos deve. De devedores, passamos a nos considerar credores.
Estamos muito longe de entender o valor transformador e libertador do perdão.

Em primeiro lugar, quem perdoa é uma pessoa de coração grande e bondoso.
Compreende a fragilidade do outro, prefere dar confiança e amar de novo que ficar lembrando as ofensas recebidas. Por isso Deus-Pai, como Jesus no-lo fez conhecer, pode perdoar os piores pecados, porque o amor de Deus é maior do que todas as nossas culpas.

Para nós é mais difícil. Às vezes somos tão idiotas que carregamos ódio e desejos de vingança por toda vida, destruindo muito mais a própria vida do que a vida do culpado. Como seriam diferentes os nossos relacionamentos se fossemos todos mais capazes de perdoar e de pedir perdão. Acredito que viveríamos sem esse peso do pecado de não perdoar e isso iria nos trazer uma paz (Shalom) que excede todo entendimento.

Vamos começar pelo nosso mundo "pequeno": as nossas famílias, os parentes, os vizinhos e, quem sabe, um dia chegaremos a perdoar. E a ter perdoados os pecados do tamanho do mundo como as guerras, os atos de terrorismo, os genocídios, as dívidas internas e externas, a fome dos empobrecidos, a miséria dos refugiados, a morte e as lágrimas de todos os inocentes.

Mas para que tudo isso aconteça, não é suficiente a vontade de perdoar, é necessário o arrependimento e a vontade de reparação de quem praticou o mal. Perdão e justiça são, ambos, atos de amor. Quem errou deve reconhecer o erro e provar que não vai mais cometê-lo. Esse é o sentido purificador das lágrimas da pecadora do Evangelho. Ela não tinha muito para devolver, somente devia provar que sabia amar de coração e não somente por dinheiro. Diferente é o caso de Zaqueu. Quando Jesus entrou na casa dele, o rico prometeu dar a metade dos seus bens aos pobres e a devolver quatro vezes mais a quem havia roubado. Nós não pretendemos que quem roubou do povo, por exemplo, devolva quatro vezes mais, mas ao menos reponha o que desviou. Estão faltando lágrimas e gestos concretos de arrependimento. O dinheiro some e jamais volta lá de onde nunca deveria ter saído.

Existe muitas lágrimas fingidas hoje em dia, quando alguém vai preso é um exemplo, as vezes o preso chora de arrependimento, mas na maioria das vezes é de fingimento. Hoje faltam lágrimas de contrição e perfume de amor.
Te desafio a buscar a essência da adoração através de uma vida reta e pura diante ao nosso amado Jesus, ao derramar suas lágrimas, derrame por ele e para ele, libere o Som das Lágrimas. Que Deus abençoe sua vida em nome de Jesus.

Parte 2 do Livro Som das Lágrimas (M. Barroco)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Noticia Urgente: Fortes e Guerreiros voltam a Cabo Frio!

acesse www.forteseguerreiros.wordpress.com e saiba mais...


Deus abençoe!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Existe prevenção para o vírus da "Gripe Suína" (Tipo A)?



O melhor que vc pode fazer é reforçar o seu sistema imunológico através de uma alimentação correta e saudável, no sentido de manipular sua imunidade.
As células T controlam inúmeras atividades imunólogicas e produzem duas substâncias químicas chamadas Interferon e Interleucina, essenciais ao combate de infecções e de tumores.
Bem vamos ao que interessa, ou seja quais alimentos são importantes (estimulam a ação do sistema imunológico e potencializam seu funcionamento).
• Antes de mais nada, tome pelo menos um litro de água por dia, pois os vírus vivem melhor em ambientes secos e manter suas vias aéreas úmidas desestimulam os vírus. Não a tome gelada, sempre preferindo água natural e de preferência água mineral de boa qualidade.
• Não tome leite, principalmente se estiver resfriado ou com sinusite, pois produz muito muco e dificulta a cura.
• Use e abuse do Iogurte, um excelente alimento do sistema imunológico.
• Coloque bastante alho e cebola na sua alimentação.
• Use e abuse do alho que é excelente para o seu sistema imunológico.
• Coloque na sua alimentação alimentos ricos em caroteno (cenoura, beterraba, batata doce cozida, espinafre , couve) e alimentos ricos em zinco (fígado de boi e abóbora).
• Faça uma dieta vegetariana (vegetais e frutas).
• Coloque na sua alimentação salmão, bacalhau e sardinha, excelentes para o seu sistema imunológico.
• O cogumelo Shiitake também é um excelente anti-viral, assim como o chá de gengibre que destrói o vírus da gripe.
• Evite ao máximo alimentos ricos em gordura (deprimem o sistema imunológico), tais como carnes vermelhas e derivados.
Evite óleo de milho, de girassol que são óleos vegetais poli-insaturados.

Importante: mantenha suas mãos sempre bem limpas e use fio dental para limpar os dentes, antes da escovação.
Com esses cuidados acima e essa alimentação... os vírus nem chegarão perto de vc.

Observação: Entre todas essas coisas, Jesus Cristo é a nossa maior proteção!

Miss. Maycon Barroco

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Os Moravianos e as Missões



Kenneth B. Mulholland


Wiliam Carey é considerado o pai das missões Protestantes, primariamente pelo fato de ter ele fundado a Sociedade Missionária Batista. Tal sociedade teve seu início em 1792, 275 anos após Martinho Lutero ter afixado as Noventa e Cinco Teses à entrada da Igreja de Wittemberg em 1517. Essa sociedade foi um veículo Protestante para o envio de missionários ao mundo não Cristão. Carey, contudo, não inventou o movimento missionário Protestante. Ele construiu a plataforma da qual o movimento missionário Protestante tinha lançado, de uma série de pranchas cortadas durante séculos, entre Lutero e ele. Uma dessas pranchas foi o Pietismo, um movimento evangélico interdenominacional e internacional, que procurava revitalizar a igreja existente, através de pequenos grupos dedicados ao estudo da Bíblia, oração, responsabilidade mútua e missões. August Hermann Francke definiu a agenda do Pietismo em apenas doze palavras: “uma vida mudada, uma igreja reavivada, uma nação reformada, um mundo evangelizado”. O Pietismo primeiramente despertou uma visão missionária entre os protestantes, enviando missionários para a Índia e Groelândia.

Duas outras pranchas significativas na plataforma de Carey foram a Igreja Moraviana e os Puritanos. Os Moravianos foram os primeiros Protestantes a colocar em prática a idéia de que a evangelização dos perdidos é dever de toda a igreja, e não somente de uma sociedade ou de alguns indivíduos. Anteriormente, a responsabilidade pela evangelização havia sido lançada nos degraus dos governos, através das atividades colonizadoras deles. Os Moravianos, contudo, criam que as missões são responsabilidade de toda a igreja local. Paul Pierson, missiólogo, escreveu: “Os Moravianos se envolveram com o mundo de missões como uma igreja, isto é, toda a igreja se tornou uma sociedade missionária”. Devido ao seu profundo envolvimento, esse pequeno grupo ofereceu mais da metade dos missionários Protestantes que deixaram a Europa em todo o século XVIII.

De fato a história dos Moravianos antecede à Reforma. Conhecidos originalmente como os Unitas Fratrum, ou a Unidade dos Irmãos, esses cristãos Checos foram os seguidores do mártir John Huss, um Reformador antes da Reforma. Ele foi martirizado em 06 de julho de 1415, e os Moravianos honram sua morte no calendário deles ainda hoje.

Após a morte de Huss, seus seguidores, que foram muitas vezes conhecidos como Hussitas, ou como os Irmãos Boêmicos, experimentaram um verdadeiro ressurgimento. Eles se reorganizaram no ano de 1457, e no tempo da Reforma havia entre 150 a 200 mil membros em quatrocentas igrejas por toda a Europa Central. Mas, no levante das guerras dos 1600, a Boêmia e Morávia (Repúblia Checa) foram dominadas por um rei católico romano, o qual desencadeou uma terrível perseguição contra os Moravianos. Quinze de seus líderes foram decapitados. Os membros da igreja foram mandados para os calabouços e às minas para trabalhos forçados. As escolas deles foram fechadas. Bíblias, hinários, catecismos e escritos históricos foram totalmente queimados. Foram todos espalhados. De fato, 16 mil famílias repentinamente se tornaram refugiadas. Por quase cem anos procuravam fugir da perseguição. Por causa disso formaram uma poderosa rede de cristãos “clandestinos” através de pequenas células.

Anos mais tarde, em 1722, um pequeno grupo desses refugiados estava à procura de algum lugar onde pudesse se sentir seguro. Quando cruzaram a divisa da Alemanha, ouviram de um lugar conhecido como Herrnhut, uma pequena faixa de terra na propriedade de Nicholas Ludwig von Zinzendorf. Pediram se podiam ficar ali. Zinzendorf não estava no momento, mas o administrador lhes permitiu acampar-se no sítio.

Zinzendorf, um aristocrata, tivera ligações anteriores com o movimento Pietista. Seu padrinho fora Philip Spener. Quando tinha dez anos foi enviado para estudar em Halle, onde seu professor fora August Hermann Francke. No período que lá estivera, seu mentor foi Bartholomew Ziegenbalg , o primeiro missionário Protestante para a Ásia, que estava de férias (tipo de ano sabático).

Zinzendorf descreveu sua vida em Halle da seguinte maneira: “Encontros diários na casa do professor Francke; relatórios edificantes concernentes ao reino de Cristo; conversa com testemunhas da verdade em regiões longínquas; contato com diversos pregadores; luta dos primeiros exilados e prisioneiros. A satisfação daquele homem de Deus e a obra do Senhor juntamente com várias provações que o envolveram, fizeram crescer meu zelo pela causa do Senhor de uma maneira poderosa”.

Enquanto Zinzendorf esteve em Halle, foi um instrumento na formação da primeira sociedade missionária de estudantes Protestantes chamada de a “Ordem do Grão de Mostarda”. depois disso foi para Wittemberg para estudar Direito devido seus pais não aceitarem a idéia de ele se tornar um pregador. Quando concluiu o curso de Direito, fez uma grande viagem turística pela Europa, o que era comum para os membros da aristocracia daqueles dias. Como parte dessa viagem, foi a um museu de arte em Dusseldorf, Alemanha, e lá viu um quadro do “Cristo de Coroa de Espinho”, com a seguinte inscrição: “Eu fiz isto por ti; o que fazes tu por mim?”.

Isso lhe causou uma profunda impressão e o levou a escrever em seu diário: “Tenho amado-o por longo tempo, mas realmente nada tenho feito por ele. De agora em diante farei tudo que me seja dado fazer”. Voltou para Herrnhut para onde os refugiados Moravianos formaram uma comunidade com cerca de trezentos membros. Zinzendorf assumiu a responsabilidade, não apenas supervisionando como dono da terra onde viviam, mas sim para lhes servir de pastor. Em 1727 um derramar do Espírito de Deus uniu a comunidade.

Cinco anos mais tarde, em 1732, Zinzendorf foi convidado a assistir a coroação do rei Dinamarquês (ele estava ligado à família real na Dinamarca). Enquanto lá, descobriu o produto das missões Dinamarca-Halle: alguns convertidos Esquimós da Groelândia e uma pessoa convertida do Oeste da Índia, um primeiro escravo cujo nome era Anthony. Tais pessoas fizeram um apelo a Zinzendorf: “Você não pode fazer alguma coisa para nos enviar como missionários?”. Seu coração ficou muito quebrantado. Voltou para a comunidade e lançou diante dela o desafio para o envio de reforços missionários para Groelândia, Índia e outras partes do mundo onde pessoas não conheciam a Cristo. Vinte e seis pessoas imediatamente se ofereceram como voluntárias, e assim o Movimento Missionário Moraviano foi lançado. Nos vinte e oito anos seguintes mais do que duzentos missionários Moravianos entraram em mais de doze países para implantação de trabalho missionário em torno do mundo.

O trabalho dos Moravianos foi guiado por um número de características que os distinguiram. Primeiro, eram profundamente dedicados ao Senhor Jesus Cristo. Eram extremamente cristocêntricos. Numa certa ocasião, quando eu ministrava na Nicarágua, os cristãos Moravianos me deram uma placa de madeira com o selo de sua igreja. Traz um Cordeiro triunfante do livro de Apocalipse. Diz assim: “Nosso Cordeiro venceu; vamos segui-lo”. Os Moravianos pregavam Cristo. Zinzendorf aconselhava os missionários que saiam: “vocês devem ir direto ao ponto e falar-lhes a respeito da vida e da morte de Cristo”. Os missionários primitivos tinham o costume de elaborar provas da existência de Deus, como se estivessem dando palestras teológicas. Zinzendorf apelou aos missionários para que simplesmente lhes contassem a história de Jesus. Há inúmeros relatos de como aquela história despertou corações dormentes que foram trazidos ao Salvador; segundo, os Moravianos, diferentemente dos pietistas primitivos, não eram altamente educados nem teologicamente treinados. Eram comerciantes. De fato, os dois primeiros missionários que foram enviados eram coveiros por profissão! As próximas duas pessoas que enviaram, um era carpinteiro e o outro, oleiro. Os Moravianos abriram o ministério ao leigo e a ministração às mulheres, antecipando J. Hudson Taylor nessa questão mais de cem anos antes; terceiro, criaram a estratégia missionária de fazedores de tendas (o missionário trabalhar e se auto-sustentar no país). Muitas pessoas pensam que o sistema de fazedores de tendas é coisa recente. Mas, o movimento missionário Moraviano se baseava nisto. Além do mais, como pode uma vila de seiscentas pessoas sustentar duzentos missionários? Resposta: Eles trabalhavam para a sobrevivência. Zinzendorf dizia que trabalhar em fazenda e indústria prende muito as pessoas, mas o comércio lhes daria mais flexibilidade. Ele sentia que a prática de trabalho e o ensino que podiam dar nesta área não apenas levantaria o nível econômico do povo para onde eram os missionários enviados, mas também proveria meios de se fazer contato com aquela gente. O livro ‘Lucro para o Senhor`relata como os Moravianos usaram o fazer tendas como estratégia para o trabalho missionário em meados de 1700; quarto, os Moravianos foram a pessoas que viviam na periferia da sociedade. Devido aos Moravianos terem sido pessoas sofredoras, podiam facilmente se identificar com aqueles que sofriam. Eles iam àqueles que eram rejeitados por outros. Dificilmente qualquer missionário seria mandado para a costa leste de Honduras ou Nicarágua. Essas partes da América Central eram inóspitas. Lá, contudo, estavam os Moravianos. Isso era característico da vocação missionária deles; quinto, eles se dirigiam a pessoas receptivas. Devido ao fato dos Moravianos crerem ser o Espírito Santo ser o “Missionário” primário, aconselhavam seus missionários a “procurarem as primícias. Procurarem aquelas pessoas que o Espírito Santo já havia preparado, e trazer-lhes as boas novas ”; sexto, eles colocavam o crescimento do reino de Cristo acima de uma expansão denominacional. Zinzendorf não pretendia exportar as divisões denominacionais da Europa. Ele se tornou um pioneiro ecumênico (entre cristãos), no melhor sentido do termo, 150 anos antes de qualquer um imaginar tal possibilidade; sétimo, a obra missionária Moraviana era regada de oração. Quando o avivamento espiritual ocorreu em 1727, começaram uma vigília de virada de relógio, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco dias por ano. O livro devocional conhecido como Lemas Diários, que ainda tem sido publicado pela Igreja Moraviana, era o devocional mais amplamente usado entre os cristãos europeus. O ministério Moraviano era fortemente regado por oração (tiveram uma vigília de oração que durou um tempo de 100 anos literalmente - nota do tradutor).

Os Moravianos tinham trabalho missionário no Estado da Geórgia devido ao General Oglethorpe ter sido influenciado por Zinzendorf, que fazia parte de um grupo missionário de estudantes que começou em Halle. Quando João Wesley viajou para os Estados Unidos, seu navio enfrentou uma terrível tempestade. Wesley ficou super abalado. Somente os Moravianos, que se mantinham num senso de paz com Deus, lhe encorajaram no pânico. Foram eles que lhe apresentaram a necessidade de um relacionamento pessoal com Cristo. Retornando para a Inglaterra, após um trabalho frustrado na Geórgia, disse: “fui para converter os índios, mas, quem, ó quem me converterá?” Ele foi para uma reunião num encontro de Aldersgate - um encontro dos Moravianos - durante o qual seu coração, segundo ele, foi “estranhamente aquecido” e assim encontrou segurança para a sua salvação. Foi para Herrnhut a fim de examinar o trabalho Moraviano, e, como resultado, ele padronizou a obra do Metodismo no modelo Moraviano. Assumiu como moto as palavras de Zinzendorf: “o mundo é minha paróquia”.

Os Moravianos também exerceram uma forte influência sobre William Carey, o qual teve grandes dificuldades em gerar sustento para a idéia de uma sociedade de missões. Aqui está um relato de como a fundação da sociedade missionária veio a acontecer. Numa noite, um pequeno grupo de 12 ministros e um leigo se reuniu com William Carey na espaçosa casa da viúva Wallace, conhecida por sua hospitalidade como a Hospedeira do Evangelho. Novamente, Carey fez pressão para a ação. Mas, novamente os irmãos oscilaram. Afinal, quem são esses homens? Ministros de Igrejas de pobres-feridos, para sustentar uma missão, tão assediadas de dificuldade, tão cheias de incertezas. No momento crucial, quando todas as esperanças pareciam se esvair, Carey tirou do bolso um livreto intitulado Periódico de Contos das Missões Moravianas. Com lágrimas nos olhos e com voz trêmula, afirmou: “se vocês apenas tivessem lido isto e soubessem como esses homens venceram todos os obstáculos por amor a Cristo, dariam um passo de fé”.

Foi a gota d’água! Os homens concordaram em agir. As atas da reunião registram a decisão deles de formar “A Sociedade Batista Particular para Propagação do Evangelho entre os pagãos”, também conhecida como a Sociedade Batista Missionária. Sua força repousa na motivação provida pelo relato dos missionários Moravianos.

Alguém, certa vez, perguntou a um Moraviano o que significa ser um Moraviano. Ele respondeu: “ser um Moraviano e promover a causa global de Cristo são a mesma coisa”.

(Artigo: The Moravians and Missions: de Kenneth B. Mulholland - Professor de Missões e Estudos Ministeriais, do departamento de Missões do Seminário de Columbia, Carolina do Sul. Fonte: Bibliotheca Sacra, Abril de 1999 - Tradução do Rev. José João de Paula - secretário da APMT).


Revista Alcance - 3º Trim. 2003