quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pietismo - O que significa?



Pietismo foi um movimento surgido no final do século XVII dentro do Luteranismo, como oposição à negligência da ortodoxia luterana para com a dimensão pessoal da religião. O Pietismo influenciou o surgimento de movimentos religiosos independentes de inspiração protestante tais como o pentecostalismo, o neo-pentecostalismo e o carismatismo, todos de caráter Anabatista. O Pietismo combinava o Luteranismo do tempo da reforma (como o Calvinismo) e o Puritanismo, enfatizando a piedade do indivíduo e uma vigorosa vida cristã.

Histórico
A origem do Pietismo é atribuída a Philipp Jakob Spener. Nascido em Rappoltsweiler na Alsácia no dia 13 de janeiro de 1635, treinado por uma madrinha devota que se utilizava de livros de devoção como "Arndt's True Christianity", Spener foi convencido da necessidade de uma reforma moral e religiosa no Luteranismo germânico. Ele estudou teologia em Strasbourg, onde os professores da época (especialmente Sebastian Schmidt) tinham inclinação para o "Cristianismo prático" ao invés da disputa teológica. Ele posteriormente passou um ano em Genebra, e foi poderosamente influenciado pela rígida disciplina eclesiástica e pela vida moral estrita aí prevalescente, e também pela pregação e piedade do professor Antoine Leger e dos pregador jesuíta convertido ao protestasntismo Jean de Labadie.

Durante uma estada em Tübingen, Spener leu o Grossgebauer's Alarm Cry, e em 1666 recebeu seu primeiro encargo pastoral em Frankfurt com a opinião de que a vida cristã no seio do Luteranismo (Lutheranism Evangelical) estava a ser sacrificada pelo rígido zelo da ortodoxia. O Pietismo, foi um movimento distinto na Igreja alemã, originando-se através de Spener que promovia reuniões religiosas em sua casa (collegia pietatis) em que pregava seus sermões, expondo passagens do Novo Testamento e induzindo os presentes a participar na discussão de questões religiosas que surgiram. Em 1675 publicou o Pia desideria ou Earnest Desires for a Reform of the True Evangelical Church, cujo título deu origem ao termo "Pietists". Nesta publicação ele fez seis propostas como o melhor meio de restaurar a vida da Igreja:

Sério e profundo estudo da Bíblia em reuniões privadas, em ecclesiolae ecclesia ( "igrejas dentro da Igreja");
O Cristianismo sendo o sacerdócio universal, os leigos devem partilhar no governo espiritual da Igreja;
O conhecimento do Cristianismo deve ser alcançado através da prática;
Ao invés de ataques aos incrédulos e heterodoxos, dar um tratamento simpático e gentil a eles;
Uma reorganização da formação teológica das universidades, dando maior destaque à vida devocional;
Um estilo diferente de pregação, ou seja, no lugar de retórica agradável, a implantação do cristianismo, no interior ou novo homem, que é a alma da fé, devendo trazer frutos para a vida.
Este trabalho produziu uma grande impressão em toda a Alemanha e, embora um grande número de teólogos e pastores luteranos ortodoxos tenham sido profundamente ofendidos por Spener em seu livro, as suas reivindicações foram admitidas e muito bem justificadas. Consequentemente, um grande número de pastores imediatamente adotaram as propostas de Spener.

Doutrina
O tema central do pietismo é a experiência do crente com Deus, sua condição de pecador e o caminho para sua salvação. Sublinhava-se a necessidade da conversão individual e do nascer de uma nova conduta no crente, desapegada do mundo material e firmada no apoio mútuo da comunidade reunida em culto ao redor do estudo da Bíblia. Ao enfatizar a dimensão experiencial e a prática da fé, os pietistas, por um lado, desenvolveram uma moralidade ascética por vezes áspera, especialmente no que tange à alimentação, vestimenta e lazer; por outro lado, enfatizaram um sentimento de responsabilidade para com o mundo, do qual desdobraram-se atividades de missão e caridade. Além disso, dada a ênfase no contato direto da pessoa com Deus, as diferenciações entre clero e laicato foram amainadas e o sentimento de pertença eclesiástica arrefecido nas experiências de pequenos grupos (ecclesiola in ecclesiae)., os "collegia pietatis".

Defendia uma experiência vitalista da fé, pela demonstração e comprovação desta numa piedade prática, através da rejeição do espírito mundano e pela participação a(c)tiva dos leigos em reuniões ou conventículos de «cristãos conversos».

O pietismo prático foi promovido pela nova universidade pietista de Halle (Saale).

Um pietismo intimamente ligado a um organização eclesial surgiu em Württemberg. Mais tarde, o conde August Hermann von Zinderdorf fundou uma comunidade dos «irmãos de Hurrnhut».

Depois de ter manifestado a sua oposição à intransigente ortodoxia calvinista, o pietismo revolta-se também contra o racionalismo.

As aspirações escatológicas, a interpretação subjectiva, mística e entusiástica da piedade, unidas muitas vezes a um rigorismo de tipo legalista, levaram à dissolução do pietismo em diversos segmentos cristãos.

O pietismo desprezava a jurisdição eclesiástica, considerando apenas a teologia mística e a contemplação espiritual. Atacava com veemência a imoralidade que imperava desde a Guerra dos Trinta Anos.

Como verdadeiro mentor e chefe do movimento surge Philip Jacob Spener (1635-1705), conhecido pela sua obra Pia desideria (1676). Outras figuras importantes do pietismo foram: August Hermann Francke, Albrecht Bengel, Paul Anton e Schade.

No Brasil o Pietismo se encontra presente dentro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil por meio da Missão Evangélica União Cristã. E também está presente na Igreja Evangélica Congregacional do Brasil, como base teológica da denominação. Também a Igreja do Cristianismo Decidido surgiu no Brasil a partir de uma missão luterana pietista da Alemanha na cidade de Curitiba.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Biografia de John Hus



John Hus nasceu por volta do ano 1370, na Boêmia - região que, no mapa geopolítico mundial, é ocupada, hoje, pela República Tcheca, país do Leste Europeu. Em 1400, foi ordenado sacerdote e, desde o início de seu ministério, quando assumiu o púlpito da Capela de Belém, em Praga, tomou-se um estorvo, um incômodo para alguns de seus colegas. Pregava insistentemente contra os privilégios do clero, e defendia a necessidade urgente de uma reforma religiosa. A eloqüência de suas pregações fez com que, rapidamente, boa parte da população o seguisse.

A nobreza também se rendeu ao seu discurso reformista e, há muito tempo, tentava encontrar uma forma de limitar o poder eclesiástico. Calcula-se que, na época, metade do território nacional boêmio pertencia à Igreja Católica, enquanto à Coroa cabia apenas a sexta parte. No mesmo período, com o apoio das autoridades, Hus traduziu o Novo Testamento para a língua boêmia e tornou-se um simpatizante das obras de John Wycliff (1329-1384), um reformador inglês.

Impedido de pregar - Influenciado por algumas das doutrinas wiclifistas, Hus pregava, dentre outros pontos, a autoridade suprema da Bíblia e a predestinação - doutrinas negadas, até hoje, pela Igreja Católica. Era a época em que existiam três papas comandando a Igreja, e ninguém sabia ao certo quem era o legítimo. Feito reitor da Universidade de Praga, Hus apoiava Alexandre V, eleito no Concílio de Pisa. No entanto, o arcebispo local era fiel a um outro papa - Gregório XII - e, por causa da disputa política, o arcebispo fez com que Hus fosse impedido de pregar.

Hus - que significa ganso na língua boêmia - não obedeceu à proibição e, por isso, foi excomungado em 1411. Entretanto, seu pior ato de insubordinação, e o que gerou sua condenação à morte, foi a crítica feroz a uma atitude do terceiro papa, João XXIII. Em guerra contra o rei de Nápoles, aquele papa decidiu financiar o conflito com a venda de indulgências (remissão de pecados mediante pagamento à Igreja com determinada quantia em dinheiro). Os vendedores chegaram à Boêmia, tentando usar todo tipo de método para persuadir seus "fregueses". Hus, imediatamente, protestou e afirmou que só Deus poderia conceder indulgências e ninguém jamais poderia vender algo que procede somente de Deus.

Seu discurso movimentou o país e até passeatas de protesto foram organizadas. Hus foi excomungado pela segunda vez, e mudou-se de Praga para o Sul da Boêmia, a pedido do imperador. Ele permaneceu lá, até que, em 1414, ficou sabendo da realização do concílio da igreja católico-romana de Constança, na Alemanha. O evento, que contaria com a presença de vários reformadores de renome, prometia inaugurar uma nova era na vida da Igreja, pois seria decidido quem era o papa legítimo. Hus foi convidado a expor seu caso e aceitou comparecer. Poucos dias após sua chegada a Constança, foi convidado pelo Papa João XXIII para uma assembléia composta apenas de cardeais. Hus insistiu que estava ali para defender suas idéias diante do concílio e não em uma reunião tão restrita. Antes não tivesse ido.

O boêmio saiu daquela assembléia acusado de heresia e, a partir de então, passou a ser tratado como prisioneiro. Em junho de 1415, finalmente foi julgado pelo concilio. Por aquela época, João XXIII já fora deposto, mas isso não melhorou a situação de Hus. O concilio lhe atribuía uma série de heresias, as quais ele teria de admitir ser o autor. No entanto, em momento algum, a direção do concilio se dispôs a ouvi-lo sobre quais seriam, de fato, suas doutrinas. Hus, obviamente, recusou-se a retratar-se de doutrinas que não havia propagado e, assim, foi condenado à fogueira.

No dia 6 de julho, ele foi levado até a Catedral de Constança para ouvir um sermão sobre a teimosia dos hereges. Em seguida, teve seus cabelos cortados, uma cruz foi desenhada em sua cabeça, e recebeu uma coroa de papel decorada com desenhos de diabinhos. Mais uma vez, exigiram que Hus se retratasse, mas ele não voltou atrás. Atribui-se a Hus as seguintes palavras:

"Estou preparado para morrer na Verdade do Evangelho que ensinei e escrevi". Hus morreu cantando os Salmos, e sua morte deflagrou uma verdadeira revolução contra a Igreja na Boêmia.

Recentemente, o Papa João Paulo II reconheceu o erro de seus "infalíveis" antecessores. Em dezembro de 1999, o líder católico pediu desculpas - embora demasiadamente tardias - pela morte de Hus. Na ocasião, falando sobre o reformador tcheco em um simpósio internacional promovido pelo Vaticano, João Paulo II afirmou: "Hoje, às vésperas do Grande Jubileu, sinto a necessidade de expressar profundo arrependimento pela morte cruel infligida a John Hus e pelas conseqüentes marcas de conflito e divisão deixadas nas mentes e nos corações do povo boêmio".

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fome e Sede de Justiça de Deus



Fome e Sede de Justiça de Deus (Mateus 5: 6)

Vivemos dias difíceis, dias de abandono da fé (apostasia) em Jesus Cristo. Inverteram muito os valores, ser feliz para Jesus é muito diferente de alegrar o nosso ego. Para Jesus a felicidade plena não é ter coisas, mas sim, ter o Reino dentro de nós. Essa é a ligação direta entre justiça e felicidade. Estevão deu sua vida para promover a justiça de Deus na Terra. Entendemos que a infelicidade de muitos pode estar conectada com a falta de fome e sede de justiça e não com a falta de sorrisos ou bens materiais.

Fome e sede: essas são necessidades básicas para sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem a ingestão de líquidos ou alimentos é impossível que se conserve a vida biológica, mas tão prejudicial quanto ausência de alimento ou liquido é a contaminação daquilo que se ingere. Às vezes, o desespero da fome e da sede pode levar pessoas a comerem lixo, por isso é que não basta ter fome e sede, mas é necessário ter fome e sede dos alimentos que trarão vida e não morte. Ter fome e sede de justiça e não de injustiça, ou de violência ou vingança pessoal, mas fome de Deus e da sua justiça.

Justiça: Justiça significa dar a cada um, o que lhe é de direito. A Bíblia nos ensina que Deus é Justo Juiz, portanto dará a cada um segundo suas obras. Você está desafiado a ter sede dessa justiça ou desse juízo divino. Ter sede de Justiça é ter desespero pela presença e pela manifestação da justiça de Deus para que cada um tenha seus direitos respeitados. A fome e sede de justiça deve nos conduzir a duas atitudes ou nos levar a responder diante da realidade e dos desafios de duas formas:

Você não pode se calar

Você não pode ser indiferente diante das injustiças, é preciso ficar exposto sua fome e sua sede. Não podemos nos calar diante de qualquer injustiça. Fome e sede que fizeram mártires entregarem sua vida pela causa do Reino de Deus, como os Profetas que denunciavam os erros, pecado ou injustiça de qualquer tipo.

Você precisa provocar Fome e Sede

Em segundo lugar a fome e a sede de justiça devem produzir mudanças e revelar o caráter de Cristo em nós. Seja através de um coração contrito, de uma palavra de confronto, de muito jejum e humilhação para que possa ser manifesta a Justiça de Deus.

Bem aventurados são aqueles que pelo desespero de vêem a justiça de Deus se manifestando se posicionam com todas as suas forças para promovê-la.

Seja plenamente faminto e sedento por justiça.

sábado, 12 de setembro de 2009

Vem aí... Imersão!




Qualquer Dúvida, pergunte!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Perdão revelado através das Lágrimas

Lágrimas falam de perdão. É o caso da pecadora que chora aos pés de Jesus molhando-os com as suas lágrimas e enxugando-os com os seus cabelos.
Uma cena impressionante que chama a atenção do anfitrião. O fariseu Simão não entende nada e acaba julgando de maneira preconceituosa. Jesus nos ensina, com essa parábola dos dois devedores, que maior a dívida perdoada, maior deveria ser o agradecimento. Infelizmente, "aquele a quem se perdoa mostra pouco amor".
Uma indireta do Senhor para nos lembrar que deveríamos amá-lo muito mais, porque, afinal, todos somos pecadores e a todos Ele gostaria muito perdoar.

É fácil entender que poucas vezes pedimos perdão e pouco amamos, porque nos consideramos corretos até demais. “Não precisamos do perdão de ninguém”; “não devemos pedidos de desculpa para ninguém”; aliás, às vezes, achamos que, com todas as nossas orações, seja o bom Deus quem nos deve. De devedores, passamos a nos considerar credores.
Estamos muito longe de entender o valor transformador e libertador do perdão.

Em primeiro lugar, quem perdoa é uma pessoa de coração grande e bondoso.
Compreende a fragilidade do outro, prefere dar confiança e amar de novo que ficar lembrando as ofensas recebidas. Por isso Deus-Pai, como Jesus no-lo fez conhecer, pode perdoar os piores pecados, porque o amor de Deus é maior do que todas as nossas culpas.

Para nós é mais difícil. Às vezes somos tão idiotas que carregamos ódio e desejos de vingança por toda vida, destruindo muito mais a própria vida do que a vida do culpado. Como seriam diferentes os nossos relacionamentos se fossemos todos mais capazes de perdoar e de pedir perdão. Acredito que viveríamos sem esse peso do pecado de não perdoar e isso iria nos trazer uma paz (Shalom) que excede todo entendimento.

Vamos começar pelo nosso mundo "pequeno": as nossas famílias, os parentes, os vizinhos e, quem sabe, um dia chegaremos a perdoar. E a ter perdoados os pecados do tamanho do mundo como as guerras, os atos de terrorismo, os genocídios, as dívidas internas e externas, a fome dos empobrecidos, a miséria dos refugiados, a morte e as lágrimas de todos os inocentes.

Mas para que tudo isso aconteça, não é suficiente a vontade de perdoar, é necessário o arrependimento e a vontade de reparação de quem praticou o mal. Perdão e justiça são, ambos, atos de amor. Quem errou deve reconhecer o erro e provar que não vai mais cometê-lo. Esse é o sentido purificador das lágrimas da pecadora do Evangelho. Ela não tinha muito para devolver, somente devia provar que sabia amar de coração e não somente por dinheiro. Diferente é o caso de Zaqueu. Quando Jesus entrou na casa dele, o rico prometeu dar a metade dos seus bens aos pobres e a devolver quatro vezes mais a quem havia roubado. Nós não pretendemos que quem roubou do povo, por exemplo, devolva quatro vezes mais, mas ao menos reponha o que desviou. Estão faltando lágrimas e gestos concretos de arrependimento. O dinheiro some e jamais volta lá de onde nunca deveria ter saído.

Existe muitas lágrimas fingidas hoje em dia, quando alguém vai preso é um exemplo, as vezes o preso chora de arrependimento, mas na maioria das vezes é de fingimento. Hoje faltam lágrimas de contrição e perfume de amor.
Te desafio a buscar a essência da adoração através de uma vida reta e pura diante ao nosso amado Jesus, ao derramar suas lágrimas, derrame por ele e para ele, libere o Som das Lágrimas. Que Deus abençoe sua vida em nome de Jesus.

Parte 2 do Livro Som das Lágrimas (M. Barroco)